19 de março de 2025

Marcos Roker, representante da UBC destaca talentos de MS e os desafios para compositores

Nesta sexta-feira (28), duranteo programa Bronca do Eli, o jornalista Rogério Zanetti – em substituiçãoao titular, Eli Sousa – bateu um papo com Marcos Roker. Marcos é cantor, compositor e representante da UBC (União Brasileira dos Compositores em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul).

Durante a entrevista, Rogério questionou como está o cenário da música sul-mato-grossense no momento. Segundo o empresario há formas de ter a música tanto dentro do estado como nos mercados nacional e internacional, ou seja, a indústria da música que é impulsionadora pelo comércio direto, pelo show business que são as grandes gravadoras que prezam pela venda rápida e do hit.

“Esse é o formato da indústria: rápida, sem muito cunho cultural, mais um formato de entreter do que aquela base cultural onde são cantados poemas, versos do sertão ou de alguma outra forma mais elaborado de um plano mais cultural”, enfatizou.

De acordo com o compositor há uma cadeia produtiva da música, ou seja, toda música tem o seu valor e seu direcionamento e só existe porque alguém paga por ela.

Há compositores, produtores e intérpretes que se preocupam em fazer a musica pautada no conceito cultural, com base poética ou em outras bases que contam histórias do pais, do sertão, a ciência.

“E nós temos algo que está acontecendo agora, que sempre existiu mas está tímido ainda que é a valorização da música produzida nas regiões. Isso sempre existiu. A música mineira sempre foi forte, a música paranaense, gaúcha, carioca, do interior paulista, então, isso está acontecendo porque essa música regional começa a pautar a música nacional”, afirmou.

Marcos explica que boa parte dos artistas deixam de estar dentro de grandes gravadoras ou grandes escritórios de gestão de carreira para fazer sua música acontecer dentro das plataformas digitais. Isso ocorre com a música regional.

“A música regional passa a ter seu espaço e não precisa mais ser ungida por um grande conglomerado de comunicação”, explicou.

Roke ainda ressalta que Mato Grosso do Sul sempre teve uma música forte do ponto de vista cultural devido a influência do Paraguai, da Bolívia, Argentina além de fazer fronteira com cinco estados que também possuem música e estilos fortes.

Marcos Roker, representante da UBC em MS

O empresário destaca grandes nomes da música regional como Délio e Delinha, Amambai e Amambay, Zé Correia assim como a família Espíndola, Almir Sater, Márcio de Camilo, entre outros.

“Na década de 90 nós tínhamos uma insatisfação muito grande porque não acontecíamos nos grandes centros com nossos artistas. Com a chegada da internet houve um estouro com artistas daqui como o Tradição, Luan Santana, Munhoz e Mariano e em seguida o Michel Teló e outros artistas. E aí foi acontecendo essa cadeia do show business e os olhos do Brasil começou a se voltar para o celeiro de Campo Grande”, pontuou.

Rogério questionou o compositor sobre quais problemas os artistas que colocam suas obras na internet e como evitá-los.

Marcos explica que a criação, de maneira geral, está  sujeita a uma legislação de proteção, a Lei 9610/98, que trata dos direitos autorais. Essa lei serve como  base até para outros países que estão desenvolvendo sua próprias normas de proteção. Ele destaca que qualquer pessoa que componha e deseja garantir a proteção de sua obra –  não apenas do ponto de vista de distribuição, mas também para evitar  distorções ou até mesmo o roubo da mesma –  precisa procurar uma agência e realizar a devida documentação.

“O registro de uma música é feito com base na lei do direito autoral e a partir deste momento são gerados códigos atreladas ao compositor”, explicou.

Marcos afirma que é importante ter o cadastro na sociedade autoral e o mesmo pode ser feito de forma online pela página da UBC e optar por qual localidade deseja ser atendido.

Confira o portal Início – União Brasileira de Compositores

Em Campo Grande é possível o atendimento presencial, já que, há o escritório da Mart, representante da UBC.

Rogério pontuou a questão das músicas e obras produzidas por Inteligência Artificial e como lidar com os direitos autorais diante da tecnologia e inovação.

Segundo Marcos haverá uma seletividade com a IA dentro da música. Ele ressalta que a ferramenta veio para auxiliar o especialista e que a música tem uma especialidade: o talento.

“Você não terá um especialista e você não tem um talento operando uma ferramenta tecnológica, então, teremos um déficit na criação e automaticamente haverá uma seletividade”, ressaltou.

Roker pontuou que a UBC organiza os grandes debates, inclusive com as plataformas digitais e gravadoras e que há um texto pronto no congresso para organizar esta questão.

“Todo autor, todo criador de conteúdo musical não escapará da inteligência artificial”, destacou.

Redação: Impacto Mais – Mirtes Ramos 

Fotos: Ariana Gonçalves 

 

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