Peabiru Existe: Urandir Fernandes Fala com Exclusividade sobre a Trilha Sagrada que Pode Reescrever a História do Brasil

Crédito: Ariana Gonçalves
Por Flavia Andrade
Em uma entrevista exclusiva ao programa Bronca do Eli, nesta quarta-feira (21), o ufólogo e pesquisador Urandir Fernandes de Oliveira — também CEO do Ecossistema Dakila — trouxe à tona uma revelação que pode abalar as bases da história brasileira: o enigmático Caminho do Peabiru não só existe como pode ser a chave para reescrever a trajetória da ocupação humana no continente sul-americano. O assunto é tema central do documentário “Caminho do Peabiru – O Legado que o Tempo Escondeu”, lançado hoje em Campo Grande (MS).
“Estamos diante de uma das redes viárias mais antigas do mundo. O Peabiru tem aproximadamente 15 mil anos e atravessa o Brasil de ponta a ponta. Muitas partes ainda estão intactas, outras foram destruídas pelo progresso. Mas o que encontramos até aqui já é suficiente para perceber: existe um Brasil antes do Brasil”, afirma Urandir.

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De lenda a fato histórico: os primeiros passos da pesquisa
As investigações sobre o Peabiru, segundo o pesquisador, começaram em 1987, muito antes de se saber o nome verdadeiro da trilha. Na época, era chamada por nomes como “caminho dos jesuítas”, “estrada dos incas” ou “rota do imperador”.
“Iniciei esse trabalho com meu pai e outros pesquisadores. Hoje, temos registros da trilha em estados como São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e até na Amazônia. Em muitos desses locais há monumentos preservados, vestígios que indicam ocupações humanas sofisticadas”, relata.
Peabiru: um caminho sagrado ou uma cidade perdida?
Segundo Urandir, o Peabiru está diretamente relacionado à busca por cidades antigas e misteriosas. A trilha sagrada teria servido de ligação entre povos indígenas, cidades perdidas e centros espirituais:
“O caminho surgiu para nós a partir de descobertas na Amazônia. Eram cidades inteiras soterradas pelo tempo. Hoje já mapeamos 27 delas. E muitas dessas trilhas ligam pontos que os colonizadores usaram para chegar ao Peru, ao Lago Titicaca e à lendária ‘Cidade Z’, feita de ouro.”

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Em Santa Catarina, o Peabiru é conhecido como Caminho de São Tomé, uma referência a um misterioso homem barbudo que teria ensinado agricultura e astronomia aos povos indígenas, e que nas montanhas dos Andes era reverenciado como o Deus do Sol. É por isso que o Peabiru também ganhou o nome de “Caminho para o Sol”.
Tecnologia a serviço da arqueologia invisível
A equipe do Ecossistema Dakila utiliza tecnologias avançadas como Lidar (detecção a laser por luz) e GPR (radar de penetração no solo) para mapear estruturas escondidas sob a vegetação ou submersas. O uso dessas ferramentas revolucionou a velocidade e a precisão das descobertas:
“Com o Lidar, conseguimos remover virtualmente a vegetação e enxergar o que está abaixo. Já com o GPR, lemos o subsolo em profundidade de até 100 metros e raio de dois quilômetros. Isso que antes levaria anos, hoje podemos fazer em horas”, explica Urandir.
No trecho entre São Paulo e Paraná, a equipe identificou partes do caminho que hoje estão submersas. “São mais de 20 quilômetros abaixo da água, e acreditamos que ali existam cidades ainda não reveladas. Isso tudo ainda será investigado com estudos subaquáticos”, afirma.

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Parcerias, resistência acadêmica e novas possibilidades
Apesar do impacto das descobertas, o caminho para o reconhecimento oficial ainda encontra resistência em parte da comunidade científica.
“Muitos pesquisadores se chocam com a clareza dos dados que apresentamos. Há quem questione por medo de ver a história reescrita. Mas mostramos tudo com base em estudos, dados e evidências. Não vamos para pedir dinheiro, vamos para somar. Já temos apoio do governo de São Paulo, de prefeituras como São Vicente e Cananéia, que são pontos estratégicos do Peabiru. O turismo histórico vai crescer e gerar renda para essas regiões”, destaca o ufólogo.
Urandir revela que parte do financiamento vem de uma associação formada por apoiadores, que contribuem mensalmente para manter os estudos e realizar ações sociais, como implantação de energia, água e programas com comunidades indígenas.
“O Peabiru já é aceito em várias cidades litorâneas. A pesquisa se sustenta porque também gera impacto social, emprego, turismo e economia local. É um ciclo sustentável”, diz.

Crédito: Ariana Gonçalves
Reescrever o passado para entender o futuro
Mesmo após décadas de pesquisa, Urandir garante que ainda está longe de uma conclusão:
“O tempo está enterrado. Cada metro quadrado revela algo novo. Por isso dizemos: é preciso descobrir o passado para entender o futuro. Não trabalhamos com polêmicas, mas com exatidão. E o que estamos revelando pode mudar o que se ensina nas escolas brasileiras”, conclui.
O documentário “Caminho do Peabiru – O Legado que o Tempo Escondeu” será lançado em quatro episódios nesta quarta-feira (21), no Buffet Ondara Master, em Campo Grande (MS). A série promete trazer à tona uma história silenciosa, mas monumental, escondida sob a terra, a água e o tempo.