“Se errei, foi tentando acertar”, diz Márcio Faustino em entrevista em que apresenta balanço de sua administração

Pré-candidato a prefeito do MDB de Bandeirantes, ele foi ao programa “Bronca do Eli”, na Rádio Diamante FM, onde relatou obras realizadas, apesar das dificuldades da época

Ex-prefeito (2013/2016) e pré-candidato a prefeito do MDB de Bandeirantes, Márcio Faustino foi entrevistado pelo programa “Bronca do Eli” na manhã desta sexta-feira, 8, na Rádio Diamante FM, sendo o programa comandado pelo jornalista Eli Sousa retransmitindo para todas as demais emissoras que compõem o Grupo Impacto Mais de Comunicação. Em Bandeirantes, a Rádio Moriá FM integra o Grupo Impacto Mais.

Rememorando sua história política, Márcio Faustino relatou que assumiu o cargo de prefeito após cumprir dois mandatos como vereador e um como presidente da Câmara Municipal, época em que foi concluída a Capela Mortuária do Município, com recursos devolvidos do duodécimo dos vereadores.

DIFICULDADES – Ele relatou que assumiu a prefeitura em 2013 com 34 anos, sendo o segundo mais jovem do Estado e perdeu a reeleição em 2016 por apenas 35 votos. “Pegamos um município muito endividado, com precatórios que somavam 5 milhões e 90 mil reais, os quais foram pagos na nossa administração”.  

O município, à época, segundo Faustino, arrecadava em torno de R$ 1.200.000,00. “Teve um mês que o repasse foi de 1.198 milhão de reais, a Justiça bloqueou 1 milhão e 150 mil e sobraram 48 mil para pagar servidores e cumprir os demais compromissos da administração” contou.   

“Diante dessa realidade, não dava para tocar o município. Então fomos ao TJMS, negociamos todas as dívidas e as pagamos no decorrer da nossa administração. Negociamos dívidas do INSS, da Energisa. Pagamos parcelas mensais de R$ 73 mil de um empréstimo chamado Interfinance. Deixamos tudo em dia. Esse foi um dos nossos legados” afirmou o pré-candidato emedebista, lembrando que os dois únicos prefeitos que saíram deixando o salário dos servidores de dezembro pago foram ele e o já falecido Naílo Soares Vilela.

ASSENTADOS – Márcio Faustino afirmou que ao longo dos quatro ano em que esteve prefeito sempre procurou destinar um olhar especial para assentados. Segundo ele, foram construídas 23 casas no Assentamento Matão; iniciada a perfuração de poços artesianos nos assentamentos Matão, Vida Nova e Roda Viva. “Cedemos um ônibus para cada assentamento resolver seus assuntos na cidade. Quando precisavam transportar calcário nunca dissemos não a eles. Hoje ainda ajudamos quando pudemos, independente de estar na polícia ou não” relata o ex-prefeito.

Márcio Faustino relembra a construção de 50 casas para os pequenos chacareiros, em parceria com o Governo do Estado e Governo Federal. Ele diz que foram adquiridos veículos para atender os pequenos e médios produtores e lembra que foi na sua administração que teve início a construção de mata-burros de concreto.

TERRENOS – O ex-prefeito diz que no Loteamento Pedro Constantino, nos fundos da Avenida Afonso Pena, sua administração deixou 177 terrenos escriturados em nome da Prefeitura.

Hoje, na opinião do emedebista, esses estão avaliados em torno de 140 milhões, haja vista que um terreno naquela área da cidade não é comprado por menos de 80 mil reais.

Márcio faz questão de agradecer o apoio que recebeu da Câmara Municipal no período em que foi prefeito. “Tenho grande gratidão pelos nove vereadores. A Câmara foi muito parceira minha do meu mandato” afirma.

AÇÃO SOCIAL – Prosseguindo, o ex-prefeito destaca as ações desenvolvidas na área social, onde atuou sua mulher, Tatiane, hoje, a vereadora mais votada de Bandeirantes. “Ela sempre me ajudou, foi participativa nos programas sociais, como o terceira idade, onde a gente participava ativamente; dançávamos com os idosos; o grupo de mulheres gestantes sempre foram olhados com olhar carinhoso pela nossa administração”.

Márcio ainda destaca a parceria do município para a realização de eventos festivos como a Festa do Dia das Mães, com entrega de presentes e realização de coquetéis com salgados variados, cachorro quente, refrigerantes e outros agrados. “Teve um ano que trouxemos a saudosa cantora Delinha para cantar no Dia das Mães” registra.

Ele ainda computa a aquisição de vários veículos para a Assistência Social, com recursos próprios e com emendas do deputado Márcio Fernandes, o maior parceiro de sua administração dentro da Assembleia Legislativa.

Faustino cita o apoio recebido da Receita Federal com quem conseguiu uma caçamba de roupas apreendidas e que foram dadas para a administração doar às famílias carentes do município.

SAÚDE – A área da saúde também não foi esquecida por Márcio Faustino. Ele promoveu a reforma do hospital e dotou a instituição de várias especialidades médicas tais como urologia, cardiologia, ortopedia, pediatria, entre outras. “O Dr. Penteado fazia ultrassom, o Dr. Abel, atendia a cardiologia; o Dr. José Otávio e o Dr. José Dias, obstetras, juntos ao Dr. Edward (já falecido), o Dr. Jorge, urologista e o Dr. Adriano, eram alguns dos médicos que atendiam a população durante a nossa administração” relatou Márcio Faustino.

“Minha bandeira sempre foi a área de saúde. Ainda hoje ajudo as pessoas que precisam de mim na área da saúde. Aprendi com a família fazer o bem sem olhar a quem” fala o pré-candidato a prefeito para em seguida se lembrar da aquisição de um aparelho de eletrocardiograma ultramoderno, além de equipamentos para as salas de fisioterapia e de fonoaudiologia. Ele ainda cita que na época o município tinha duas máquinas reveladoras de Raio X, sendo que uma delas foi doada ao município de Jaraguari.

Em sua gestão funcionaram também duas Unidades Básicas de Saúde (UBS), a Gedeão Nogueira e a Ciro Abdo, e o município adquiriu UTI Móvel e ambulâncias para atender a Saúde, com recursos próprios, de emendas do deputado Márcio Fernandes e de outras fontes de recursos.   

Márcio Faustino diz que um de seus sonhos, se voltar à Prefeitura, será dotar o hospital municipal de um centro cirúrgico, onde possam ser efetuadas pequenas e médias cirurgias, as denominadas cirurgias eletivas. Em sua gestão, no período 2013/2016 ele diz que pelo menos 5.000 cirurgias eletivas foram realizadas em pacientes bandeirantenses na Capital do Estado.   

PERÍMETRO URBANO – O perímetro urbano também recebeu atenção especial de Márcio Faustino. Ele recorda que o ex-governador André Puccinelli (MDB) deixou no caixa de Prefeitura uma quantia em dinheiro para fazer o asfalto do Bairro Silvino de Barros. Com o apoio do Ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que o sucedeu, foram executadas 32 quadras de asfalto na cidade.

Ele cita que o asfalto na rua do Detran foi executado com emenda da hoje senadora Tereza Cristina (PP) que, na época era Deputada federal. O recurso foi levantado, inclusive com a participação do governo de Reinaldo Azambuja que dobrava o valor da emenda dada por um parlamentar. A execução da obra foi concluída durante a administração do ex-prefeito Álvaro Urt.

EDUCAÇÃO/ESPORTES – Márcio Faustino relata que foram adquiridos cinco ônibus e quatro Kombis, entre outros veículos destinados à Secretaria Municipal de Educação para uso no transporte escolar.

Com apoio do deputado Márcio Fernandes e de outros parlamentares, Faustino relata que deixou a Secretaria de Educação com 18 veículos. “Quando saímos, faltavam poucos veículos para o transporte escolar ser feito exclusivamente com veículos próprios do município” conta orgulhoso por quase ter livrado Bandeirantes da dependência de transporte escolar terceirizado.

O Ginásio de Esportes João Ribeiro Guimarães foi recuperado com recursos próprios, do governo do Estado, à época de Puccinelli, e de emenda de Márcio Fernandes, atendendo até hoje a contento a juventude bandeirantense.

Outra obra importante foi a conclusão da Escola José Bonifácio, no Distrito de Congonhas, “um sonho antigo dos moradores que foi concluído e entregue à população pela qual tenho grande respeito” disse.

SERVIDORES PÚBLICOS – Márcio registrou o compromisso que sempre teve com os servidores públicos que foram valorizados nos quatro anos em que esteve no comando do Poder Executivo.

Além de conceder aumentos sempre acima da inflação, sempre se preocupou em pagar os servidores em dia.

Na verdade, em sua administração, os servidores recebiam sempre dentro do mês trabalhado. “Se o dia 1º caísse num sábado ou domingo, o pagamento era efetuado na sexta-feira” pontuou o ex-prefeito lembrando que, mesmo assim, sempre respeitou os limites impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal.

AGRONEGÓCIO – Márcio afirma que quando foi prefeito, o setor agrícola despertava no município, o que o motivou a cobrar das autoridades a pavimentação da MS-245, já antevendo que no futuro o agronegócio iria passar por um boom em Bandeirantes.

Hoje, o segmento se tornou importante para o fomento econômico local, trazendo para o município empreendimentos de grande porte como a Coamo e a Lar, além dos micro e pequenos empreendimentos que surgem naturalmente.

Ele diz que fica contente em ver Bandeirantes crescendo com o agronegócio, mesmo porque jamais foi adepto da política do “quanto pior melhor”.

AO LADO DO POVO – Próximo do fim da entrevista, Márcio Faustino afirmou que sempre usou seu mandato para ajudar as pessoas, fazer bem. “Não tem sentido a vida se não fizermos o bem” diz o ex-prefeito que mantém o mesmo número de telefone e mora há 20 anos no mesmo bairro e na mesma casa, perto da Rádio Moriá.

“Fui vereador por dois mandatos. No primeiro, logo depois de retornar do Japão, onde morei alguns anos, perdi por cinco votos o primeiro lugar. No segundo, fui o mais votado. Minha mulher é a atual vereadora mais votada da cidade. Minha irmã é a conselheira tutelar mais votada do município. Eu fui o conselheiro tutelar mais votado da história de Bandeirantes e o meu deputado, Márcio Fernandes, nos seus quatro mandatos foi o mais votado em Bandeirantes” conta Faustino ao apresentar comprovantes de que está apto a votar e a ser votado, ou seja, que não se encontra inelegível

Sobre não ter se reelegido em 2016, ele diz que faltou comunicação. “Eu não divulgava o que paguei; não divulgava o que fazia” admite.

E admite que, ao final do mandato, estava desmotivado por ter pagado um monte de contas de administrações passadas e deixado de realizar muitas obras importantes. “Mas, se errei, com certeza foi tentando acertar” finaliza.