Outubro Rosa: ALEMS fortalece atenção à saúde das mulheres
Mundialmente reconhecido como Outubro Rosa, este mês é marcado pelo fortalecimento da conscientização para prevenção, diagnóstico precoce e rastreamento do câncer de mama, câncer do colo do útero e outros tipos de doenças que atingem as mulheres. No Mato Grosso do Sul, a campanha Outubro Rosa foi instituída pela Lei 4.541/2014, de autoria do 1º secretário, Zé Teixeira (PSDB), e co-autoria de Mara Caseiro (PSDB) e da ex-deputada Dione Hashioka. Conforme mencionado na lei, o mês é dedicado às ações preventivas à integridade da saúde da mulher no Estado. “Quando o câncer é descoberto precocemente, aumentam as chances de cura. Por isso, criamos a lei para reforçar as ações de prevenção”, enfatiza o deputado estadual Zé Teixeira.
Também é um dos objetivos da legislação criar oportunidades de integração de órgãos em benefício da comunidade. “Justamente para aumentar a rede de atendimento, a lei prevê a integração entre órgãos e entidades, públicas e privadas, para realização de ações conjuntas”, explica o parlamentar.
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres no Brasil, quando são excluídos os casos de tumores de pele não melanoma. No Brasil, para cada ano do triênio 2023-2025, foram estimados 73.610 casos novos de câncer de mama. A estimativa de risco é de 41,89 casos a cada 100 mil mulheres. Apenas cerca de 1% dos casos ocorre em homens. No Mato Grosso do Sul, o índice do Inca aponta 910 novos casos da doença por ano até 2025. O deputado estadual Zé Teixeira ressalta a importância da realização dos exames preventivos: “O meu alerta vai para todas as mulheres sul-mato-grossenses: não tenham medo, busquem o atendimento médico e façam os exames”, reforça o autor da legislação.
Superação
Considerado como um dos principais fatores para o sucesso no tratamento do câncer, o diagnóstico precoce aliado ao tratamento eficaz foi primordial para a vida da funcionária pública Mychelle Moraes. No ano de 2018, aos 31 anos, ela percebeu durante o banho a presença de um caroço na mama direita. Como ela amamentava a sua filha caçula, de apenas nove meses, no primeiro momento pensou que poderia ser leite empedrado. Ao ficar uns dias sentindo o caroço, resolveu investigar a situação com a ajuda de sua médica ginecologista. Mychelle conta que no primeiro exame de imagem o resultado não foi bom e depois, com a biópsia, houve a confirmação para o carcinoma invasivo (câncer de mama). Ela lembra que o tratamento foi muito difícil e completo, pois primeiramente passou pela cirurgia de remoção da mama inteira porque o nódulo estava grande. Neste mesmo procedimento foi colocada uma prótese. Depois, foram dezesseis sessões de quimioterapia e posteriormente, vinte e quatro sessões de radioterapia. Após esse processo, a funcionária pública teve uma inflamação na mama e foi necessário retirar a prótese e iniciar a reparação, que durou um ano e meio. Foram realizadas várias cirurgias de enxerto e, no final de 2021, foi implantada outra prótese, finalizando a reconstrução.
Mychelle recorda o período mais marcante do tratamento. “Com certeza foi conciliar todas as mazelas que um tratamento oncológico impõe para a mulher, somadas ao sentimento de mutilação e a todo mal-estar que vem junto com a quimioterapia e a radioterapia. Então, esse foi o momento mais difícil pra mim como mãe, com os afazeres direcionados às duas filhas, com o meu casamento e com a minha vida de mulher que precisa conciliar esse período doloroso”, pontua.
A servidora pública relembra a rede de apoio que teve da família, como do marido e de sua mãe. “Eu me considero privilegiada, pois o meu marido e pai das minhas filhas fez a parte dele e a minha mãe, que reside perto, sempre larga tudo para cuidar de mim e das minhas filhas. Com certeza sou vitoriosa, muito por ter ouvido os sinais do meu corpo ao perceber o nódulo e por ter me submetido a um tratamento intenso e de forma muito rápida”, aponta.
Mesmo como todo o apoio familiar e o acesso à saúde, ela rememora o quanto o tratamento foi difícil. “A perda dos cabelos é bem simbólica porque eu já me sentia mutilada e estava ali nas mazelas do tratamento. Então no momento em que você perde o cabelo e, no meu caso, pelos da sobrancelha, do braço e até os meus cílios, é bastante impactante”, enfatiza. Mychelle explica que foram aproximadamente dez meses entre a perda e o renascimento dos cabelos. “Tem hora que olho pra trás e não consigo lembrar como consegui dar conta e conciliar tanta coisa”.
Atualmente, com 38 anos, a funcionária pública faz um tratamento hormonal adequado para o seu caso. Ela argumenta para as mulheres sobre as chances de cura quando há a identificação da doença na fase inicial, permitindo assim um tratamento mais eficaz. “Sigo me curando e sou muito grata em poder contar minha história de vida, que é uma história de luta e de vitória, neste mês Outubro Rosa, na qual as mulheres direcionam seus olhares pra sua própria saúde e para essa necessidade de se cuidar. Nós sabemos que a mulher está sempre dedicada para sua casa e sua família e desempenha esse papel de cuidadora de todo mundo. Mas, neste importante mês, precisamos lembrar de nos cuidarmos também e prestar atenção aos sinais do nosso corpo. As chances de cura para uma doença como o câncer é aumentada com o diagnóstico precoce que só é possível quando estamos atentas ao nosso corpo”, aconselha Mychelle.
Câncer de mama
É uma doença resultante da multiplicação de células anormais da mama, que forma um tumor com potencial de invadir outros órgãos. Há vários tipos de câncer de mama e alguns se desenvolvem rapidamente e, outros, não. A maioria dos casos apresentam boa resposta ao tratamento, principalmente quando diagnosticado e tratado no início.
Como podemos nos proteger?
A prática de atividade física, a manutenção do peso corporal adequado por meio de uma alimentação saudável, além de evitar o consumo de bebidas alcóolicas estão associadas à redução do risco de desenvolver câncer de mama. A amamentação também é considerada um fator protetor.
Segundo o Inca, a orientação é que a mulher observe e apalpe suas mamas sempre que se sentir confortável para tal (seja no banho, no momento da troca de roupa ou em outra situação do cotidiano), sem técnica específica, valorizando-se a descoberta casual de pequenas alterações mamárias.
Caso a mulher sinta algum caroço (nódulo), geralmente endurecido, fixo e indolor, ou apresente uma pele da mama avermelhada ou parecida com casca de laranja, alterações no bico do peito (mamilo) e saída espontânea de líquido de um dos mamilos, ou ainda sinta a presença de pequenos nódulos no pescoço ou na região embaixo dos braços (axilas), é recomendado procurar um médico.
O diagnóstico precoce consiste na abordagem oportuna das mulheres com sinais e sintomas suspeitos de câncer para identificação da doença em fase inicial, a fim de possibilitar tratamento efetivo e maior sobrevida. Outra estratégia de detecção precoce do câncer de mama é o rastreamento mamográfico. A mamografia para avaliar uma alteração suspeita na mama é chamada de mamografia diagnóstica e poderá ser feita em qualquer idade quando há indicação médica. Além de estar atenta ao próprio corpo, é recomendado que mulheres de 50 a 69 anos, de risco padrão, façam uma mamografia de rastreamento a cada dois anos.
Câncer do colo do útero
O câncer do colo do útero é a terceira neoplasia mais frequente em mulheres no Brasil, com grandes desigualdades regionais e maior incidência e mortalidade nas Regiões menos desenvolvidas do País, em especial a Região Norte. A doença está associada à infecção persistente por subtipos oncogênicos do vírus HPV (Papilomavírus Humano), especialmente o HPV-16 e o HPV-18, responsáveis por cerca de 70% dos cânceres cervicais. A principal forma de prevenção é a vacinação contra o HPV, que protege contra os subtipos oncogênicos 6, 11, 16 e 18. A detecção precoce do câncer do colo do útero é feita atualmente pelo exame citopatológico do colo do útero, na faixa etária de 25 a 64 anos, a cada três anos.
ALEMS
O movimento conhecido como Outubro Rosa é celebrado anualmente desde os anos 90. Em referência a esse assunto, foi instituída em 2019 a Lei 5.332/2019 que obriga hospitais, clínicas e consultórios a informar aos pacientes em tratamento de câncer que a reconstrução da mama é feita gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A lei estabelece que cartaz informativo sobre este assunto deve ser afixado em locais de fácil visualização.
Além do trabalho estritamente parlamentar, a ALEMS também realiza campanhas, como arrecadação e doação de lenços e atendimento às servidoras da Casa.
Redação: Impacto Mais – Mirtes Ramos
Fonte: Assecom ALEMS
Foto capa: Aline Kraemer