Dividida em eixos, Conferência Estadual acolhe propostas que contemplam a pluralidade cultural de MS
Fotos: Ricardo Gomes e Matheus Carvalho
Paula Maciulevicius
De segunda a quarta-feira, o teatro Glauce Rocha e salas de multiuso da UFMS serão palcos para ouvir artistas, produtores, gestores e fazedores de cultura de Mato Grosso do Sul durante a IV Conferência Estadual de Cultura.
Para construir diretrizes e políticas públicas estão reunidos mais diversos setores da cultura sul-mato-grossense, como Arquitetura e Urbanismo, Arte Digital, Artes Visuais, Artesanato, Circo, Dança, Design, Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas, Moda, Música, Música Popular e Erudita, Teatro, áreas de Patrimônio Cultural, Cultura dos Povos Indígenas, Culturas Populares, Expressões Artísticas Culturais Afro-Brasileiras, Museu, Patrimônio Imaterial Cultural e Patrimônio Material.
Titular da Setescc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania), Marcelo Miranda enfatiza que este é o momento para a construção da política pública no Estado e no País.
“A Conferência Estadual tem dois grandes objetivos: primeiro, o de eleger os delegados que vão representar Mato Grosso do Sul na Conferência Nacional na elaboração das nossas pautas de reivindicação para o Ministério da Cultura, mas também a gente aqui vai revisar o nosso Plano Estadual, o nosso Sistema Estadual de Cultura, para que a gente garanta uma política pública realmente que atenda à expectativa da população e dos fazedores de cultura do Estado”.
Protagonismo da sociedade civil
Como uma das coordenadoras do Fesc MS (Fórum Estadual de Cultura de MS), Ângela Montealvão ressalta que a Conferência é o momento do protagonismo do sul-mato-grossense. “Na qualidade de Fórum, a gente vem como um grande guarda-chuva, trazendo e provocando a participação da sociedade civil por meio dos colegiados setoriais, agentes culturais e grupos importantes do nosso Estado para debater e pensar as próximas políticas culturais do ponto de vista dos agentes”.
Um dos pontos que o Fórum tem trabalhado é para levar, por meio dos delegados que serão eleitos durante a conferência, as questões de acessibilidade, inclusão e revisão das cotas tanto para povos indígenas quanto para negros. “Precisamos que seja um número correspondente a quantidade de habitantes do nosso Estado e, principalmente, pela relevância destes povos para a cultura de Mato Grosso do Sul, além da regionalização dos recursos”.
À frente do Conselho Municipal de Políticas Culturais de Ribas do Rio Pardo, Roger Taveira vem à conferência com o olhar de quem sente a carência dos municípios do interior do Estado, como por exemplo de ter conselhos municipais, fundos municipais de cultura, uma secretaeia.
“Em muitos municípios a cultura ainda é um departamento dentro de outras secretarias. Então isso é uma busca que nós fazemos, que nós temos que propor para que seja efetivado, que venha do Executivo Federal esse engajamento, para que tenha secretarias ou fundações, e que tenham realmente planos e sistemas para que sejam implementadas ações específicas de cultura, e que exista uma continuidade, porque um dos problemas que a cultura vem sofrendo é essa descontinuidade”, pontua Roger.
Estilista, a produtora cultural Nair Gavilan reforça que esta é a primeira vez que a moda está participando da conferência como linguagem artística.
“Para nós da moda é extremamente importante estarmos presentes hoje aqui. Nos últimos três anos, temos tentado participar com projetos e inserir o agente cultural da moda na classe artística. Hoje participar é trazer nossos pontos, nossas demandas. Nós temos uma vontade muito grande de entrar no calendário como eventos culturais”, diz.
Neste primeiro dia, a programação trouxe palestras de grandes nomes da cultura no País, como Bernardo Mata Machado que tratou sobre Política cultural, Democracia e Direitos, e André Brayner, que trouxe contribuições valiosas acerca da atuação jurídica e direitos culturais.
Presidente da Associação Reggae MS, Diego Manciba está na luta pela música e filosofia há 15 anos, sendo que 2018 com a associação.
“A Conferência é o momento de dar voz aos que não tem voz. É o que a gente faz. Trazer o impacto, trazer as nossas origens, a intenção é impactar e mostrar a todos a origem do Reggae, que é a origem africana, que passou pelo Caribe e chegou no Brasil, virou essa coisa afro-brasileira e hoje está em todas as cidades, além de fortalecer esse laço com a nossa cultura ancestral africana, estamos pedindo a abertura de espaços próprios para festivais”.
Confira a programação desta terça e quarta-feira:
21/11 – Terça-feira
Local: Teatro Glauce Rocha
Auditório Casa da Ciência – UFMS
Auditório Múltiplo Uso 1 – UFMS
Auditório Múltiplo Uso 2 – UFMS
8h às 8h30 – Palestra Isaura Botelho – Tema Participação Social
8h30 às 9h – Deslocamento para auditórios
9h às 10h30 – Reuniões debates eixos
10h30 às 11h – Coffee Break
11h às 12h30 – Reuniões debates eixos
12h30 – Almoço RU
21/11 – Terça-feira
Local Teatro Glauce Rocha
Auditório Casa da Ciência – UFMS
Auditório Múltiplo Uso 1 – UFMS
Auditório Múltiplo Uso 2 – UFMS
14h às 16h30 – Sistematização das Propostas para Eixos
16h30 às 17h – Coffee Break
17h às 17h30 – Apresentação dos Candidatos a Delegados
17h30 às 18h – Eleição Delegados
18h às 19h – Apuração e proclamação dos resultados
19h – Jantar RU
20h Show Brô MC’s