CPI quer reconvocar ex-comandante da PMDF após depoimento de general
Correio Braziliense
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa vai votar, na manhã de quinta-feira (1°/6), o requerimento de reconvocação do ex-comandante do Departamento de Operações da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), coronel Jorge Eduardo Naime.
O requerimento, de autoria do deputado suplente Gabriel Magno (PT), é motivado após o depoimento do ex-chefe do Comando Militar do Planalto (CMP), general Gustavo Henrique Dutra de Menezes. À CPI, na quinta-feira (18/5), o general explicou que todas as investidas das forças de segurança do DF no acampamento em frente ao Quartel-General do Exército eram para combater o comércio ilegal. O Exército, por sua vez, trabalhava na estratégia de “desmotivar” os manifestantes.
Dutra apresentou, também, um memorial à CPI da CLDF com documentos explicando a ação do Exército, com a alegação de que as pastas do DF só foram ao acampamento para combater o comércio na região. O militar ainda explicou que nenhuma instituição declarou o acampamento ilegal até os atos de 8 janeiro.
Naime, em depoimento à CPI em março, afirmou que a PMDF e a Secretaria DF Legal tentaram desmobilizar os manifestantes no acampamento três vezes, mas que em todas as ocasiões, o CMP, comandando por Dutra, impediu a ação do governo do DF. Por isso, com as duas versões diferentes, Magno quer a reconvocação de Naime, que está preso há 114 dias.
CPI ouve Heleno
Após a votação do requerimento de Naime, a CPI dos Atos Antidemocráticos ouve o general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). O presidente da comissão, Chico Vigilante (PT), confirmou a presença do ex-braço direito de Jair Bolsonaro (PL).
Para a ida de generais à CPI, um “acordo de cavalheiros” foi firmado para assegurar os depoimentos de generais para o andamento da comissão. Apesar de todos estarem convocados, um acordo entre o Exército e os deputados distritais transformou em convites (quando não são obrigados a comparecer) a vinda dos generais Dutra, Augusto Heleno e G.Dias. Os dois últimos ainda não foram ouvidos.