26 de dezembro de 2024

Desemprego cai em apenas três estados no 3º trimestre, e SP tem destaque

Desocupação fica estável em 23 UFs, apesar de tendência de redução, e somente Roraima mostra alta, diz IBGE

Pessoas fazem fila em mutirão de emprego em São Paulo – Zanone Fraissat – 1º.ago.2023/Folhapress

LEONARDO VIECELI

FOLHA DE S.PAULO

RIO DE JANEIRO – A redução da taxa de desemprego do Brasil foi acompanhada por recuos estatisticamente significativos em apenas três estados no terceiro trimestre deste ano, na comparação com os três meses imediatamente anteriores.

É o que apontam dados divulgados nesta quarta-feira (22) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Segundo o órgão, as taxas de desocupação diminuíram em São Paulo (de 7,8% para 7,1%), Maranhão (de 8,8% para 6,7%) e Acre (de 9,3% para 6,2%).

Apenas em Roraima houve crescimento (de 5,1% para 7,6%). Nas outras 23 unidades da federação, as taxas ficaram estáveis em termos estatísticos, apesar da tendência de redução observada na maior parte desses locais, disse o IBGE.

De acordo com Adriana Beringuy, coordenadora de trabalho e rendimento do instituto, São Paulo foi fundamental para o resultado nacional no terceiro trimestre. Na média do Brasil, o desemprego baixou a 7,7% de julho a setembro, o menor nível para esse período desde 2014, conforme números divulgados pelo IBGE em 31 de outubro.

“A queda no Brasil não foi um processo disseminado nos estados. A maior parte mostra uma tendência de redução na taxa de desocupação, mas apenas três estados registram queda estatisticamente significativa, principalmente por conta da redução da desocupação. E São Paulo tem uma importância dado o contingente do mercado de trabalho, o que influencia bastante a queda em nível nacional”, afirmou Beringuy.

Com o novo resultado, a população desempregada no país recuou a 8,3 milhões no terceiro trimestre. Os dados integram a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), que investiga desde os empregos com carteira assinada e CNPJ até os populares bicos.

Ainda segundo a pesquisa, a população desocupada em São Paulo caiu 8,4%, de 2 milhões no segundo trimestre para 1,9 milhão no terceiro. A redução foi de 170 mil pessoas nessa condição.

Já a população ocupada com algum tipo de trabalho em São Paulo aumentou 1,1%, de 23,9 milhões para 24,1 milhões. O aumento foi de 268 mil pessoas com trabalho no estado.

Essa ampliação, ponderou o IBGE, ficou mais concentrada em atividades como as de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas. Nesse ramo, a população ocupada teve aumento de 252 mil (ou 6,4%).

No Brasil, a população ocupada com algum tipo de trabalho alcançou 99,8 milhões no terceiro trimestre. É o recorde da série histórica da Pnad, com dados a partir de 2012.

Segundo economistas, os dados nacionais sinalizaram um mercado de trabalho aquecido, ainda sob impacto do desempenho da atividade econômica acima do esperado no primeiro semestre.

desaceleração do PIB (Produto Interno Bruto) esperada para a segunda metade do ano não teria provocado grandes impactos até o momento, mas é vista como um sinal de alerta por analistas.

Nas estatísticas oficiais, a população desempregada é formada por pessoas de 14 anos ou mais que estão sem ocupação e que seguem à procura de vagas. Quem não está buscando oportunidades, mesmo sem ter emprego, não entra nesse número.

O Brasil será o primeiro na América Latina a receber o projeto-piloto da 4 Day Week; em Portugal, o governo quer testar o modelo e, para isso começou um ampla pesquisa para definir Parâmetros_  Patricia de Melo Moreira/AFP

DESEMPREGO NO TERCEIRO TRIMESTRE DE 2023

UFTaxa, em %Situação
Bahia13,3Estabilidade
Pernambuco13,2Estabilidade
Amapá12,6Estabilidade
Rio de Janeiro10,9Estabilidade
Rio Grande do Norte10,1Estabilidade
Piauí9,9Estabilidade
Sergipe9,8Estabilidade
Amazonas9,6Estabilidade
Paraíba9,3Estabilidade
Ceará9,2Estabilidade
Alagoas9Estabilidade
Distrito Federal8,8Estabilidade
Pará8Estabilidade
Roraima7,6Alta
São Paulo7,1Queda
Maranhão6,7Queda
Acre6,2Queda
Minas Gerais6Estabilidade
Goiás5,9Estabilidade
Espírito Santo5,5Estabilidade
Rio Grande do Sul5,4Estabilidade
Tocantins5,4Estabilidade
Paraná4,6Estabilidade
Mato Grosso do Sul4Estabilidade
Santa Catarina3,6Estabilidade
Mato Grosso2,4Estabilidade
Rondônia2,3Estabilidade

Fonte: IBGE

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