Pedro Cardoso causa polêmica ao comparar Tracy Chapman a Beyoncé: ‘Apaga que dá tempo’
Ator afirma que pop star que esteve no Brasil dias atrás teria mais fãs por ‘vender vida pessoal’
O ator Pedro Cardoso – pedrocardosoeumesmo no Instagram
FOLHA DE S.PAULO
SÃO PAULO – Pedro Cardoso iniciou 2024 causando polêmica. O ator, conhecido por viver Agostinho em “A Grande Família” (2001-2014), comparou as artistas Tracy Chapman, ícone do folk e blues e sucesso estrondoso da música mundial nos anos 1980, a Beyoncé, uma das maiores estrelas contemporâneas da música pop.
Cardoso sugeriu que a segunda só teria mais espaço na imprensa e fama do que a primeira por “vender sua vida pessoal”. Em longo texto, como de costume, ele explicou seu ponto de vista. “Mais me toca a arte de Tracy Chapman do que a de Beyoncé. Mas a minha questão aqui é a razão de a Beyoncé ser mais consumida do que Tracy. E desconfio que o maior sucesso comercial das ‘Beyoncé’ frente às ‘Chapman’ se deve àquelas que vendem, além de sua arte, também a sua vida pessoal”, disse ele.
Cardoso também reclamou do que chamou de “mais consumo de biografia espetacularizada de artistas do que de arte”. “Os jornais noticiam como fatos da cultura os namoros, os negócios, os treinos, os crimes e, principalmente, a vida sexual dos ditos ‘famosos’. Quase nada dizem sobre a arte deles”, emendou.
A postagem de Pedro no Instagram rendeu muitos comentários negativos, sobretudo de fãs da cantora pop. “Pedro, dá tempo de apagar. Porque você está falando de uma das artistas mais reservadas do mundo, com menos polêmicas. Achei de péssimo tom um cara branco colocar duas mulheres pretas nessa posição comparativa”, opinou um seguidor.
Em resposta particular a essa opinião, Cardoso escreveu que “não é branco” e rebateu o seguidor. “Quem é um ‘cara branco’ aqui? Eu? Não sou branco, nem cara. O que é ser branco? É a cor da pele ou a ideologia? Para mim, sobre o que falo, o fenótipo do exemplo, é irrelevante. Poderia ser Marisa Monte e Luisa Sonza ou Rita Lee e Madonna. A obsessão sua com a questão tão relevante dos ecos da escravidão no presente é sua”, escreveu.
O texto continuou causando estardalhaço na internet. “Dizer que discrição e silêncio são boas características quando se trata de uma artista negra é sintomático também. Branco gosta de preto discreto. Comparar obras também me parece algo pequeno, mas o que mais chama a atenção é como é fácil para quem sempre teve o poder da palavra formar opinião baseada em achismo”, escreveu outra seguidora.
Houve também quem não tenha se importado. “Vocês estão se esquentando com a opinião de Pedro Cardoso sobre Beyoncé? 2 de janeiro, amigas, dê a importância que isso tem: nenhuma”.
Pelo Twitter, o clima também não ficou favorável para Cardoso. O nome dele figurava entre os temas mais falados na tarde desta terça-feira (2), com maioria de comentários negativos à sua reflexão.