24 de novembro de 2024

Romero para Palmeiras e põe Boca Juniors na final da Libertadores

Time argentino avança sem vitórias no mata-mata e agora enfrentará o Fluminense

Jogadores do Boca Juniors comemoram gol de Edinson Cavani contra o Palmeiras no Allianz Parque em São Paulo
Jogadores do Boca Juniors comemoram gol de Edinson Cavani contra o Palmeiras no Allianz Parque em São Paulo – Nelson Almeida – 5.out.2023/AFP

LUCAS BAMBANA

FOLHA DE S.PAULO

SÃO PAULO

O goleiro Sergio Romero parou o Palmeiras no Allianz Parque, na zona oeste paulistana, e levou o Boca Juniors à final da Libertadores. Após empate sem gols há uma semana no estádio da Bombonera, em Buenos Aires, o segundo jogo foi decidido nos pênaltis, com papel decisivo do arqueiro argentino.

Com poucas oportunidades de ambos os lados nos 45 minutos iniciais, na primeira chegada no gol de Weverton, o Boca conseguiu abrir o placar.

O atacante Merentiel, emprestado pelo Palmeiras ao time argentino, fez boa jogada pela esquerda, livrou-se da marcação do zagueiro Gustavo Gómez e cruzou para que Edinson Cavani completasse para dentro do gol aos 22 do primeiro tempo. Foi o primeiro gol do uruguaio na Libertadores.

No segundo tempo, o Palmeiras voltou mais agressivo, com as entradas dos atacantes Endrick e Kevin nos lugares de Artur e Marcos Rocha, e conseguiu chegar com perigo ao gol de Sergio Romero, com o atacante Rony principalmente.

O maior volume de jogo do Alviverde rendeu uma expulsão do defensor Marcos Rojo aos 21 minutos da etapa final, após entrada dura no atacante Rony que rendeu o segundo amarelo.

Com um a mais, a pressão do Palmeiras aumentou ainda mais e surtiu efeito. Aos 18 do segundo tempo, o uruguaio Piquerez arriscou um chute de fora da área, que desviou em defensores do Boca e dificultou a defesa do goleiro argentino, empatando a partida.

O Palmeiras seguiu pressionando e só não aumentou o placar graças ao bom desempenho de Romero. O goleiro fez algumas defesas importantes na segunda metade da etapa final, segurando bicicleta de Rony dentro da área, uma investida de Mayke após bom passe de Endrick e em chute do atacante Kevin após contra-ataque do Palmeiras.

Nos pênaltis, os jogadores do Boca foram mais eficiente nas cobranças e fizeram 4 a 2. Veiga e Gómez perderam para o Palmeiras, parando no goleiro do Boca. Do lado argentino, apenas Cavani perdeu a sua cobrança.

O Boca agora encara na finalíssima o Fluminense de Fernando Diniz, que também comanda interinamente a seleção brasileira até a possível chegada em 2024 do italiano Carlo Ancelotti, hoje no Real Madrid.

A final está marcada para o dia 4 de novembro no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, casa do tricolor das Laranjeiras, que se classificou para a decisão nesta quarta-feira (4) após conseguir uma virada nos últimos minutos do jogo contra o Internacional.

Com a vitória nesta quinta, o Boca Juniors amplia para quatro as vitórias contra o Palmeiras em uma fase decisiva do torneio continental.

A primeira delas foi na final de 2000. Naquele ano, o time comandado por Luiz Felipe Scolari defendia o título conquistado no ano anterior, mas sucumbiu diante da formação liderada pelo craque Juan Román Riquelme na decisão por pênaltis em um Morumbi lotado.

O time do Boca voltou a eliminar o Palmeiras nas semifinais da Libertadores em 2001, novamente nos pênaltis, e na mesma fase também em 2018, após vitória contra o time brasileiro por 2 a 0 na Argentina e empate por 2 a 2 em São Paulo.

Para chegar à final neste ano, o Boca se classificou em primeiro lugar na fase de grupos, deixando para trás Deportivo Pereira, da Colômbia, Colo-Colo, do Chile, e Monagas, da Venezuela.

No mata-mata, o time argentino não venceu nenhuma partida. Na fase oitavas de final, em um confronto acirrado contra o Nacional, do Uruguai, o Boca passou apenas na decisão por pênaltis após empate por 0 a 0 fora de casa e por 2 a 2 na Bombonera. Nas quartas de final, passou pelo Racing, da Argentina, também nos pênaltis, após dois empates por 0 a 0.

O vencedor do confronto entre Boca e Fluminense, além de levar para casa uma bolada de US$ 18 milhões (R$ 93 milhões) pelo título, ainda pode pegar o campeão da Champios League Manchester City no Mundial de Clubes.

O time argentino é o segundo maior vencedor da Libertadores com seis conquistas (1977, 1978, 2000, 2001, 2003 e 2007) e vai tentar igualar o recorde de sete taças do Independiente.

Dos seis canecos levantados até aqui, em quatro os argentinos derrubaram um time brasileiro na final —Cruzeiro em 1977, Palmeiras em 2000, Santos em 2003 e Grêmio em 2007.

Apesar do retrospecto vitorioso, o time argentino vinha sofrendo com derrotas amargas na competição ao longo dos últimos anos.

Na última decisão em que chegou, em 2018, foi derrotado pelo maior rival, o River Plate, por 3 a 1 na partida decisiva disputada no estádio Santiago Bernabéu, casa do Real Madrid, na Espanha.

O jogo foi levado para a Europa após o ônibus que transportava os jogadores do Boca ter sido apedrejado por torcedores do River Plate na chegada ao estádio Monumental de Núñez, casa do rival.

Em 2021, o Boca contava com o atacante Tévez e chegou até a fase semifinal, mas acabou perdendo para o Santos por 3 a 0 na Vila Belmiro em um jogo que contou com Soteldo e Marinho inspirados.

A vitória na edição 2023 da Libertadores pode representar, portanto, a primeira de um dos times mais vitoriosos do torneio em 16 anos, fazendo as pazes com a fanática torcida “xeneize” sedenta por uma nova conquista.

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