Sem Dino, Lula vai decidir se divide Ministério da Justiça e Segurança Pública; veja os cotados
Promessa de campanha, criação de nova pasta foi deixada de lado no início do mandato, mas volta a ganhar força
Lula e Dino durante evento — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
SÉRGIO ROXO
O GLOBO
Com a escolha de Flávio Dinopara o Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve decidir agora se mantém a área de Segurança Pública no Ministério da Justiça, como na configuração atual, ou se divide a pasta.
A criação do Ministério da Segurança Pública era uma promessa de campanha do petista e foi proposta na transição de governo. Convencido por Dino, porém, Lula desistiu da ideia no começo do ano.
No fim de outubro, durante a sua live semanal, o presidente disse que estava pensando em criar a pasta, que seria a 39ª de seu governo. Setores do PT defendem a criação de uma estrutura exclusiva para a Segurança Pública.
Se o Ministério da Justiça for dividido, Ricardo Cappelli, atual secretário-executivo e braço-direito de Dino, é cotado para assumir a pasta da Segurança Pública. Para a Justiça, o presidente tem a chance de deslocar o atual advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias, que também era uma dos nomes para o Supremo. Outra opção é o advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do grupo Prerrogativas, que teve papel de destaque na ofensiva do PT contra a Operação Lava-Jato.
Ainda em outubro, no mesmo dia do comentário de Lula, Dino afirmou que o desmembramento da pasta poderia “diminuir a eficácia” dos trabalhos.
— Há uma vinculação inegociável entre investigação judicial e atos policiais. Separar, ao meu ver, longe de ampliar eficiência, diminui a eficácia — disse Dino.
Mulher cogitada
Para a substituição de Dino, ainda há outras variáveis que podem ser contempladas. De acordo com blog de Adreia Sadi, do g1, Lula disse a ministros que gostaria de indicar uma mulher para a pasta.
Neste sentido, o nome da atual ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, passou a ser cotada, ainda de acordo com o blog. No caso de Tebet, aliados da ministra acreditam que a discussão não seja para agora, já que Dino vai permanecer à frente do Ministério da Justiça até ser sabatinado pelo Senado, o que não tem data para ocorrer.