24 de novembro de 2024

Viasat faz nova tentativa de lançar satélite de internet nesta quinta; veja o que se sabe sobre ele

Empresa de telecomunicações tentará levar ao espaço o primeiro de três novos equipamentos criados para oferecer banda larga em quase qualquer lugar do planeta. Lançamento está previsto para a partir das 20h30 (horário de Brasília).

Foto: Divulgação/Viasat

A empresa de telecomunicações Viasat fará nesta quinta-feira (26), a partir das 20h30 (horário de Brasília), mais uma tentativa de lançar seu novo satélite. Ele alcança 1 terabit por segundo (Tbps), a maior capacidade de tráfego do mundo para um equipamento do tipo.

Inicialmente, o objetivo era enviar o equipamento na quarta-feira (26), mas os planos foram adiados por conta de condições climáticas desfavoráveis.

O Viasat-3 é um conjunto de três satélites que, juntos, levarão internet para praticamente qualquer local do planeta. Nesta quinta-feira (27), a empresa tentará lançar o primeiro deles, o ViaSat-3 Americas, em uma nave da SpaceX, do bilionário Elon Musk.

Como o nome indica, o primeiro satélite cobre os países do continente americano. O segundo cobrirá Europa, Oriente Médio e África, e tem previsão de ser lançado ainda em 2023. Já o terceiro é destinado à região Ásia-Pacífico, e ainda não tem prazo estimado para ser enviado ao espaço.

Confira os principais pontos sobre cada satélite ViaSat-3.

📈 Tem a maior capacidade de tráfego do mundo, podendo atingir 1 Tbps em cada uma das três unidades;

🛰️ É o mais leve já produzido pela Viasat, com algo entre 5,6 e 6 toneladas;

📏 Tem cerca de 50 metros de comprimento, metade da extensão de um campo de futebol;

📡 Voltado para a área rural, poderá oferecer velocidade de download de 100 Mbps;

🌎 Ficará a cerca de 36.000 quilômetros da Terra, e cada um cobrirá aproximadamente um terço do globo;

🚀 Será lançado pela SpaceX, empresa do bilionário Elon Musk ;

⌚ Tem previsão de operar durante 15 anos;

📅 Deve entrar em operação no Brasil no segundo semestre de 2023.

Como será o lançamento?

A tentativa de lançamento será feita de uma base no Cabo Canaveral, na Flórida. O satélite será levado ao espaço pelo Falcon Heavy, nave da SpaceX que é usada desde 2018, quando levou um carro ao espaço.

A empresa de Musk, que tem seu próprio serviço de internet via satélite, definiu que, a partir das 20h30, poderá fazer o lançamento em um intervalo de até 57 minutos. Caso não seja possível enviar o satélite nesta quinta, a missão será adiada para sexta-feira (28).

Segundo a Viasat, após se desprender do foguete, o satélite fará a implantação de seus painéis solares e, então, se posicionará na órbita terrestre. Depois dessas etapas, é possível lançar o serviço para os consumidores.

O que muda com o novo satélite?

A principal novidade é a capacidade de tráfego, já que cada um dos três satélites suporta até 1 Tbps. Como comparação, o ViaSat-2, de 2017, tem cerca de um quarto dessa capacidade, podendo chegar a 260 gigabits por segundo (Gbps). Já o ViaSat-1, de 2011, alcança 140 Gbps.

Enquanto o ViaSat-3 cobrirá praticamente todo o planeta, seus antecessores atingem áreas menores. O ViaSat-2 atende à América do Norte, à América Central e o Caribe, enquanto a primeira geração é destinada para os Estados Unidos e o Canadá.

Outra vantagem é a possibilidade de destinar a capacidade de tráfego para onde há mais demanda, por meio dos “beams” (ou feixes de sinal) dinâmicos. Hoje, a maioria dos satélites utiliza “beams” fixos, isto é, a capacidade é definida antes do lançamento.

“Com os ‘beams’ fixos, você determina na construção do satélite onde vai alocar a capacidade e corre um risco de, depois, ter muita demanda e pouca capacidade em um lugar, e vice-versa”, explica o diretor-geral da Viasat Brasil, Leandro Gaunzser.

“Essa flexibilidade de poder mover a capacidade é um grande diferencial. Os ‘beams’ são dinâmicos, então, você vai ter a capacidade onde realmente tem demanda”.

Onde o satélite será usado?

A banda larga fixa é o principal negócio no Brasil da Viasat, que pretende usar o novo satélite para aumentar sua capilaridade no país e atender locais com alta demanda. Segundo a companhia, a maior demanda está na área rural e nas regiões Norte e Centro-Oeste.

“Grande parte da capacidade que vamos trazer para o Brasil vai estar direcionada para esses locais de maior demanda e, hoje, de menor receptividade de outros fornecedores. Vamos cobrir o Brasil inteiro, mas estamos focando onde está a maior necessidade da população brasileira”, diz Gaunzser.

O ViaSat-3 vai ampliar a oferta da empresa no Brasil, onde tem um acordo para usar parte da capacidade do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC-1), da Telebras.

O novo satélite vai permitir conexão com velocidade de download de até 100 megabits por segundo (Mbps). No Brasil, 23% dos domicílios têm internet de 51 Mbps, segundo dados de 2021 do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br).

Qual a vantagem de usar três satélites?

Os três novos satélites vão trabalhar como uma constelação quando estiverem no espaço. Isso não fará diferença para quem vai usar banda larga fixa, mas há situações em que essa comunicação será útil.

É o caso do setor de aviação, em que as companhias aéreas poderão contar com um só serviço para oferecer internet para seus passageiros durante viagens de um continente para o outro, sem haver grandes momentos de desconexão.

Na semana passada, a Starship, nave da SpaceX , explodiu após o lançamento, minutos depois de sair da base. Não havia tripulação neste voo de teste.

** Com informações do G1

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