Histórias da Aldeia Marçal de Souza serão retratadas em documentário
Está em desenvolvimento um curta-metragem documentário na Aldeia Urbana Marçal de Souza, com previsão de lançamento para abril de 2025. Mexendo com o cotidiano da comunidade, o Projeto Vémo’um, que significa ‘nossa voz’, também possui oficinas de cinema e fotografia com os moradores.
O documentário, com 15 minutos de duração, será lançado em 19 de abril, em celebração ao Dia Nacional dos Povos Indígenas. As primeiras gravações ocorreram em 14 e 15 de dezembro e incluíram depoimentos de oito moradores da aldeia, representando diferentes gerações. “Agora, faremos filmagens adicionais e partiremos para a edição”, explica Thaís. Segundo ela, os relatos dos participantes abordam memórias, identidade e os desafios enfrentados pelos indígenas em meio à urbanização.
Além das filmagens, o projeto incluiu oficinas de audiovisual voltadas a adolescentes e adultos da comunidade. Durante as atividades, os participantes aprenderam noções de filmagem, fotografia e edição. Alguns alunos também acompanharam as gravações do documentário, como Sâmara Figueiredo, que atuou como entrevistadora. “Foi uma honra ser convidada para essa função. É mais um desafio superado”, disse Sâmara.
O Memorial da Cultura Indígena Cacique Enir Terena, um espaço simbólico para a comunidade, foi escolhido como cenário central do curta-metragem, reforçando a importância da preservação cultural e histórica da região.
Maria Auxiliadora Bezerra destaca que a iniciativa surgiu de sua preocupação com os jovens da aldeia, especialmente diante do impacto do mundo virtual. “Queremos que os jovens ocupem o espaço digital e utilizem suas aptidões para dar voz à comunidade, composta por cerca de 80 jovens”, afirma a gestora.
Entre os participantes, o jovem Kauê B. Escobar reconheceu o impacto da experiência: “Aprendi técnicas de enquadramento e troquei experiências. Isso soma muito para mim, que já faço trabalhos em fotografia e edição”.
O ator e roteirista Breno Moroni, responsável pela preparação de elenco, reforça o papel do projeto na formação artística dos participantes. “Queremos que os indígenas sejam protagonistas como músicos, atores, cinegrafistas. O audiovisual é uma ferramenta poderosa de documentação e denúncia. Nossa proposta é formar artistas, não apenas consumidores de arte”, diz.
Financiado pela Lei Paulo Gustavo, do Ministério da Cultura, o projeto conta com apoio da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS) e do Governo do Estado. A equipe envolvida inclui Thaís Umar (direção e produção), Breno Moroni (roteiro e preparação de elenco), Antônio Lopes (fotografia e edição de vídeo), Rodrigo Bezerra (áudio), e colaboradores locais, como Sâmara Figueiredo e Kauê Escobar.
Redação: Impacto Mais – Mirtes Ramos
Fonte: Campo Grande News
Foto: Divulgação