11 de outubro de 2024

Influencers entregam banana e macaco de pelúcia a crianças negras; advogada aponta racismo recreativo

Influencers Kerollen e Nancy são mãe e filha – Foto: Reprodução

CNN SP

A advogada Fayda Belo divulgou nas redes sociais um vídeo em que a influencer Kerollen faz uma espécie de jogo com duas crianças negras em que pergunta se elas preferem dinheiro ou um presente. As duas crianças escolhem os presentes, um deles é uma banana, o outro um macaco de pelúcia.

O Ministério Público recebeu quase 700 denúncias sobre o caso. Em nota, o MP afirmou que os dados foram encaminhados para a 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada da Capital, para análise e adoção das medidas cabíveis.

A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) instaurou procedimento e a Polícia Civil investiga o caso. Segundo a polícia, os vídeos serão analisados e as investigações estão em andamento para identificar os envolvidos.

Racismo recreativo

As influencers Kerollen e Nancy são mãe e filha, que divulgam conteúdos no Instagram, TikTok e Youtube, reunindo mais de 13 milhões de seguidores. O vídeo citado pela advogada, que circula nas redes, não está mais disponível nos canais.

Na publicação, a advogada especialista em direito antidiscriminatório, afirma que o vídeo reproduz um ato de racismo recreativo.

“Para ridicularizar duas crianças negras, para incitar essa discriminação perversa que nos tira o status de pessoa e nos animaliza. Como se fosse piada, mas não é piada não, o nome disso é racismo recreativo, usar da discriminação contra pessoas negras com intuito de diversão, de descontração, de recreação agora é crime, anjo. Você pode receber uma pena de até quase oito anos de cadeia, qual que eu espero que aconteça”, diz Fayda.

“O artigo 17 do Estatuto da Criança e Adolescente diz que é inviolável a integridade moral do menor, bem como a sua imagem deve ser preservada. Pode sair por aí usando imagem de criança não, embaixo dos 18 diz que é proibido expor menores de idade a constrangimento, a vexame, a humilhação, a ridicularização em público”, completa a advogada.

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