9 de dezembro de 2024

Conferência elege delegados que representam a pluralidade da cultura de MS

Fotos: Ricardo Gomes

Paula Maciulevicius

Mato Grosso do Sul encerrou a IV Conferência Estadual de Cultura com a eleição de delegados que representam a pluralidade de um Estado construído a muitas mãos, costumes e histórias. Serão 40 titulares que vão levar as propostas regionais para Brasília na Conferência Nacional, prevista para ser realizada em março de 2024.

A votação se iniciou com a eleição das cotas previstas em regimento para garantir a representatividade mínima de povos indígenas, pessoas com deficiência, população LGBTQIA+ e negros.

“Estabelecemos a cota mediante o percentual da população existente no Estado pelo levantamento feito pelo IBGE. E eles têm representação não como cota, e sim como delegado do Estado”, explica o presidente da comissão organizadora da IV Conferência Estadual, Silvio Lobo. 

Delegados eleitos:

Indígenas

Emerson Fernandes, Nhandeva – Japorã

Pedro Luiz, o cacique Terena Pedro Lulu – Aquidauana;

Pessoas com Deficiência

Arturo Ardaya – Corumbá

Mirella Ballatore – Campo Grande

População LGBTQIA+

Felipe Sampaio – Dourados;

Sarah Garcia Ferreira – Rio Brilhante;

População Negra

Karina Caetano – Corumbá

Márcia Gonçalves – Costa Rica

Romilda Pizani – Campo Grande

Atendendo a uma solicitação dos participantes, a comissão organizadora colocou em votação e foi aprovada a regionalização na eleição dos delegados de ampla concorrência, justamente para que houvesse representantes de cada região de Mato Grosso do Sul. 

Ainda nesta terça-feira (21), a plenária decidiu dividir o Estado em cinco regiões: Central, Conesul, Costa Leste, Pantanal-Bela Vista e Norte para a eleição dos delegados. 

Desta forma, foram eleitos os seguintes delegados da área Governamental: 

Central

Vitor Samudio – Campo Grande

Gabriel Henrique Lima – Aparecida do Taboado*

Rosicleia Pulcherio – Naviraí*

*Como não houve candidatos além de Vitor Samudio representando o setor governamental pela região Central, a comissão organizadora propôs e o plenário aceitou conceder as duas vagas remanescentes para os suplentes que tiveram maior votação dentro das regionais governamentais, o que tornou Gabriel Henrique Lima, de Aparecida do Taboado, e Rosicleia Pulcherio, de Naviraí, delegados pela região central.

Conesul

Alessandra Tavares – Amambai;

Joana D’Arc –  Itaquiraí;

Costa Leste

Heriksen Plesley – Três Lagoas;

Jurema Nogueira – Água Clara;

Norte

Girsel Lima de Assis – Camapuã;

Sidney Afonso Sobrinho – Camapuã;

Pantanal-Bonito

José Gilberto Rozisca – Corumbá;

Raquel Xavier – Bela Vista;

Quanto aos delegados da sociedade civil, foram eleitos: 

Central

Ângela Montealvão – Campo Grande

Jander de Souza Gomes – Terenos

Karla Melo – Campo Grande

Valter Souza da Silva – Campo Grande

Conesul

Ednaldo dos Santos – Itaquiraí;

Gicelma Chacarosqui – Dourados;

Igor Matheus – Naviraí;

Zenilda Marques – Caarapó;

Costa Leste

Ana Flávia de Oliveira – Nova Andradina;

João Barbosa – Aparecida do Taboado;

Rafaela Moraes Penha – Nova Andradina;

Roger Taveira – Ribas do Rio Pardo

Norte

Ariane Rodrigues – Camapuã

Fátima Silmara – Sonora

Paulo Carvalho – Coxim

Ricardo Porto – Coxim

Pantanal – Bonito

Dario Neto – Corumbá

Márcia Rolon – Corumbá

Marcos Antunes – Bela Vista

Mayara Martins – Aquidauana 

Representatividade

No momento em que foi eleita delegada que vai representar Mato Grosso do Sul na Conferência Nacional, a produtora cultural Márcia Gonçalves fez questão de fazer uma chamada de vídeo para contar a novidade à filha. 

“Fiquei muito feliz de poder representar o interior, o Norte do Estado, a cidade de Costa Rica. Queremos levar propostas boas e mostrar o interior para o Brasil, e que este interior tem voz. Foi um momento de êxtase para mim”, narra.

De Corumbá, Dário Neto, também eleito delegado, explica que a mobilização das conferências municipais junto aos movimentos sociais ligados à cultura provocou a pluralidade da delegação que vai a Brasília.

“O resultado da eleição traduziu muito bem isso e evidenciou esta participação da sociedade civil que tem um compromisso com a cultura do Estado, sobretudo uma cultura plural, diversa e rica. Mato Grosso do Sul tem culturas ricas, muito importantes, muito nossa, e acho que a gente vai para a conferência com essa representação da riqueza, diversidade, e com muita força e muito compromisso”. 

Diretor-presidente da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Edu Mendes, agradeceu todo o esforço dos fazedores de cultura, gestores, produtores e colaboradores do Governo do Estado. 

“Temos muito o que avançar, melhorar, e também dividir a responsabilidade com a sociedade civil. Agradecemos aos municípios que estiveram aqui, e todo esforço para realizar o maior número possível de conferências municipais foi o que trouxe essa participação maciça do interior para a Conferência Estadual”.

Para a delegada que representa as pessoas com deficiência, Mirella Ballatore, apesar da pluralidade e transversalidade que habita a cultura, ainda é preciso que as conferências ouçam, discutam e pontuam os direitos de todos. 

“Enquanto PCD a gente tem o direito de integrar qualquer evento cultural, seja da feira da esquina ao grande festival, e a gente sabe que os locais não são acessíveis. Precisamos ter lugar de fala e representatividade. Eu vivo nessa cadeira há 60 anos, por isso que a representatividade minha e do Arturo Ardaya [delegado PCD eleito] é extremamente importante para que deixemos de ser invisíveis para nos tornar protagonistas em todos os espaços de direito”.

Secretário de Estado de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania, Marcelo Ferreira Miranda encerrou a Conferência Estadual agradecendo a participação de todo o público, em especial do interior do Estado que se dedicou a discutir as políticas públicas para a cultura nestes três dias.

“Queremos desejar aos nossos delegados que representem bem Mato Grosso do Sul e que ajudem a construir este novo momento da cultura no Brasil e aqui no Mato Grosso do Sul, e estamos abertos a críticas, sugestões. Deixo o desafio aqui de termos uma conferência anual para criar este momento de debate, e discussão que é onde a gente cresce juntos”.

Agora a comissão organizadora da IV Conferência Estadual da Cultura passa a ser comissão de avaliação e prossegue o trabalho até o final da aprovação efetiva do que a conferência decidiu, o que inclui o documento final com as propostas para cada um dos eixos a serem levados para a Nacional.

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