Congresso Nacional de Mulheres impulsiona debate sobre posição de gênero em espaços de poder
Assessoria
Durante dois dias, o auditório do Bioparque Pantanal foi representado por mulheres que representam diversos setores de atuação na sociedade como política, saúde, assistência social, jurídico, entre outros – para realizar o primeiro Congresso Nacional de Mulheres pela Paridade.
O evento teve como objetivo de impulsionar o progresso em direção à igualdade de gênero nas instituições públicas e privadas, associações de classe, grupos organizados da sociedade civil e demais espaços de poder e decisão. Uma das painelistas desta sexta-feira (04), foi a Ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Maria Claudia Bucchianeri. A advogada explanou sobre dados da defasagem de mulheres em cargos de poder em território nacional.
“Nós mulheres, somos a maioria do eleitorado brasileiro, com representação de 53% dos votos nas urnas. Porém, a realidade no setor político demonstra o contrário: hoje apenas 18% dos cargos políticos eleitos pela população no Congresso Nacional, são de mulheres. Mais de mil municípios do país, não tem uma vereadora eleita nas Câmaras Municipais. E ainda: a população de mulheres no Brasil são predominantemente de negras, que ainda ficam com apenas com 3% dos cargos de poder em nossa nação. Precisamos unir forças para mudar essa realidade”, apontou a Ministra do TSE.
A prefeita Adriane Lopes também foi uma das painelistas convidadas desta sexta-feira, e abordou que o Poder Executivo Municipal de Campo Grande tem mudado a realidade dos índices apresentados em explanação da ministra. “Hoje dos 34 cargos políticos que temos na Prefeitura, entre Secretarias, Fundações e Agências, 24 deles são ocupados por mulheres. Costumo dizer, como primeira prefeita eleita de Campo Grande, que nós não viemos para competir e sim para somar, mostrar a nossa força e do que somos capazes”.
Representando a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, a deputada estadual Mara Caseiro abordou em levantamento histórico sobre a participação das mulheres na política do estado. “Em 45 anos de criação do Estado de Mato Grosso do Sul, o parlamento legislativo estadual foi representado apenas por 11 mulheres. Mesmo sendo a deputada mais votada na última eleição entre todos os candidatos, com 49.512 mil votos e a mulher mais votada na história do estado, ainda temos muito o que fazer para nossas mulheres serem representadas em cargos de poder”.
A mesa de painelistas também contou com a presença da delegada de polícia, Roseli Molina.
O Brasil ocupa a 161ª posição no Ranking de Presença Feminina no Poder Executivo, dentre os 186 países analisados pelo Projeto Mulheres Inspiradoras (PMI) – 2018. O ranking é baseado em um índice que sintetiza dados que medem a representatividade feminina nas chefias de governo; a representatividade nas chefias de Estado; o número e a proporção de habitantes governados por mulheres e a proporção de cargos em ministérios ocupados por lideranças femininas.