9 de dezembro de 2024

Ataque a tiros em universidade de Praga deixa ao menos 15 mortos, diz polícia

Não há detalhes sobre motivação ou número exato de vítimas; atirador foi morto por forças de segurança

Pessoas correm em ponte turística de Praga, a capital da República Tcheca
Pessoas correm em ponte turística de Praga, a capital da República Tcheca – Reprodução

PRAGA | REUTERS

Um ataque a tiros em uma universidade de Praga, a capital da República Tcheca, deixou ao menos 15 pessoas mortas, incluindo o atirador, nesta quinta-feira (21), segundo autoridades locais. Outras 24 ficaram feridas, sendo que nove estão em estado grave.

Trata-se do ataque a tiros com o maior número de mortos pelo menos desde que o país se tornou independente, há 30 anos. O atirador tinha 24 anos e era um aluno do curso de artes da universidade, de acordo com a polícia. Não há detalhes sobre a motivação do crime.

O atentado na Universidade Charles ocorreu pouco depois das 15h no horário local (11h em Brasília). A praça de Jan Palach, onde fica a instituição, foi isolada pelas autoridades. “Todo o edifício está sendo esvaziado. Há vários mortos e dezenas de feridos no local”, disse a polícia em nota.

O presidente tcheco, Petr Pavel, se disse “chocado” e manifestou solidariedade às famílias das vítimas em uma publicação na plataforma X.

Os serviços de emergência da cidade informaram ter enviado um grande número de ambulâncias para a universidade, acrescentando que havia tanto feridos leves quanto em estado “muito grave”.

Em entrevista coletiva, a polícia afirmou que o pai do atirador foi encontrado morto horas antes do atentado. As forças também disseram que não tratam o ataque como um ato de terrorismo.

“Sempre pensamos que isso [ataque a tiros] era algo que não nos dizia respeito. Agora acontece que, infelizmente, o nosso mundo mudou e o problema do atirador individual também surge aqui”, disse o presidente da Câmara de Praga, Bohuslav Svoboda, à televisão tcheca.

Durante o atentado, um email enviado a funcionários e alunos da Faculdade de Letras da Universidade Charles obtido pela agência de notícias Reuters informava que um atirador estava em um dos edifícios da instituição e que as pessoas deveriam permanecer “quietas”.

“Não vão a lugar nenhum. Se estiverem nos gabinetes, tranquem-se e coloquem móveis em frente à porta. Desliguem as luzes”, orientava a mensagem.

Vídeos publicados nas redes sociais mostram várias pessoas correndo em uma ponte turística de Praga. Em outra gravação, dezenas de viaturas estão no centro da capital tcheca, e barulhos que parecem ser de tiros podem ser ouvidos. Uma fotografia mostra um grupo que seria de estudantes escondidos em um parapeito de um prédio. As imagens não puderam ser comprovadas de maneira independente.

O premiê tcheco, Petr Fiala, escreveu na plataforma X que cancelou a viagem que faria ao leste do país por causa do ataque. Ele afirmou que estava a caminho de Praga. Já o ministro do Interior tcheco, Vit Rakusan, disse que não iria “especular” o número de vítimas com base em informações preliminares. Ele também pediu à população que seguisse as instruções da polícia, que isolou a área e solicitou aos moradores que permaneçam em casa.

Os crimes com armas de fogo são relativamente raros na República Tcheca. Um dos ataques mais lembrados ocorreu em dezembro de 2019, quando um homem armado de 42 anos matou seis pessoas na sala de espera de um hospital na cidade de Ostrava, no leste do país, antes de se matar. Em 2015, um homem matou oito pessoas a tiros e depois tirou a própria vida em um restaurante de Uhersky Brod.

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