26 de dezembro de 2024

Justiça civil dos EUA condena Trump em caso de abuso sexual e difamação

Donald Trump e E. Jean Carroll – Getty Images

G1

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump foi considerado culpado nesta terça-feira (9) em um processo civil por ter abusado sexualmente da jornalista E. Jean Carroll, em 1995 ou 1996, e, posteriormente, difamado a vítima.

Os nove jurados decidiram que ela deverá receber US$ 5 milhões (cerca de R$ 25 milhões) em compensações e ressarcimentos por danos. Esse não é um caso criminal, mas, sim, civil, então não há possibilidade de que Trump seja condenado a ir para a prisão.

O grupo de jurados demorou apenas três horas para deliberar. Trump sempre negou que tivesse abusado sexualmente de Carroll.

Entenda o processo

E. Jean Carroll, de 79 anos, processou Trump no ano passado, alegando que ele a estuprou em uma loja de departamento de Nova York em 1995 ou 1996.

Ex-colunista da revista Elle, ela também afirma que Trump a difamou depois que ela tornou pública sua acusação em um livro, em 2019.

A escritora disse, durante o julgamento, que não tinha ido nem à polícia nem ao hospital após o estupro. Ela afirmou também que publicou a história no livro inspirada no movimento Me Too, de denúncias contra abusos sexuais.

“Levei muito tempo para perceber que ficar em silêncio não funciona”, disse ela.

Os momentos finais do processo

Ao apresentar suas alegações finais, na segunda-feira, a advogada de Carroll pediu o júri de um tribunal federal em Manhattan a responsabilizar Trump pelo ocorrido.

“Ninguém, nem mesmo um ex-presidente, está acima da lei”, afirmou a advogada Roberta Kaplan.

A advogada lembrou ao júri que sua cliente foi interrogada “por mais de dois dias e respondeu a cada pergunta”, em particular as “razões por não ter gritado” durante o suposto estupro que teria ocorrido há mais de 25 anos.

Trump, que sempre negou as acusações, não compareceu ao tribunal durante as audiências do julgamento.

Contudo, nos trechos em vídeo do interrogatório ao qual foi submetido pela advogada de acusação em outubro do ano passado, divulgados na sexta-feira, ele disse que se trata da “história mais ridícula e asquerosa”. “Tudo é mentira”, disse ele, que chamou Carroll de doente.

Ele reiterou que não conhecia a acusadora, apesar de ambos aparecerem sorridentes, junto de seus respectivos parceiros, em uma foto apresentada no julgamento e feita antes de seu suposto encontro em 1996 na loja de departamentos.

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