Cantata de Natal em frente ao MPT-MS emociona dezenas de pessoas na capital
Com o protagonismo de jovens aprendizes do curso Músico Intérprete Instrumentista, fruto de parceria entre o Instituto Mirim de Campo Grande e o Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul (MPT-MS), o fim de tarde do último dia 17 de dezembro se transformou em um comovente espetáculo musical. Em sua segunda edição, a Cantata de Natal foi promovida este ano em frente ao edifício-sede do MPT-MS, na capital do estado, reunindo uma plateia especial formada por dezenas de adultos e crianças.
Sob regência do maestro Jonatas Paz e entoada por um coral de 54 vozes, a apresentação da Banda Marcial de Aprendizes do Instituto Mirim, que existe há 44 anos, celebrou o espírito natalino com um repertório incluindo canções clássicas como “A Christmas Festival”, de Leroy Anderson, “Feliz Navidad”, de José Feliciano, “Let It Snow! Let It Snow! Let It Snow!”, de Sammy Cahn e Jule Styne, além da animada e contagiante “Jingle Bell Rock”, composta por Joe Beal e Jim Boothe. Todo o talento dos jovens aprendizes esteve também abrilhantado pela execução dos instrumentos trompete, saxofone, bateria e clarinete.
Ao saudar os presentes, a procuradora-chefe do MPT-MS, Cândice Gabriela Arosio, definiu o espetáculo como um importante momento de reflexão, de união e de profunda conexão com a essência do Natal.
“É com muita alegria que nós encerramos o ano de 2024 com essa Cantata de Natal, que tem o potencial de levar cultura e músicas a vocês. Esses adolescentes fazem parte do Instituto Mirim de Campo Grande, uma instituição consolidada e de relevância na nossa capital, que já mudou a vida de muitos jovens. Eles são contratados como aprendizes por empresas que não conseguem alocá-los em suas unidades, muitas vezes em razão da natureza das atividades, para que possam focar 100% no estudo da música, recebendo todos os direitos trabalhistas e tendo a expectativa de sonhar com um futuro profissional nessa área. Mais de cem adolescentes já foram beneficiados pelo programa”, disse Arosio.
O projeto teve início em 2020 e foi viabilizado graças à destinação de recursos oriundos da atuação do MPT e da Justiça do Trabalho na defesa dos direitos sociais e no enfrentamento a irregularidades trabalhistas. O Programa de Aprendizagem Profissional é regulamentado pela Lei nº 10.097/2000, que prevê a inserção de jovens em situação de vulnerabilidade social no mercado laboral por meio de uma formação técnico-profissional.
Cidadania
Em um dos intervalos de apresentação das músicas, Patrícia Saraiva de Moraes, diretora-presidente do Instituto Mirim de Campo Grande, lembrou que a trajetória do curso Músico Intérprete Instrumentista está afinada com o olhar sensível do Ministério Público do Trabalho às questões sociais e garantia de direitos, o que possibilitou transformar uma atividade recreativa em projeto para a construção cidadã e socioprofissional dos adolescentes.
“Meus olhos brilham quando vejo essa turma reunida, fruto do esforço e da dedicação deles no aprendizado da música. Quero aproveitar para fazer um agradecimento especial ao Ministério Público do Trabalho de Mato Grosso do Sul, que nos proporcionou a oportunidade de estarmos aqui”, destacou Moraes.
Profissionalização
Em 2020, a primeira turma do curso contou com 27 adolescentes matriculados e que, pelo período de 24 meses, frequentaram as aulas ministradas no Instituto Mirim, onde também cumpriram a jornada diária das atividades práticas e teóricas estabelecidas pela empresa pela qual foram contratados, além de obrigatoriamente manterem-se matriculados em uma instituição regular de ensino.
Até então, os músicos da banda atuavam de maneira voluntária e como uma atividade extracurricular dentro do instituto, sem qualquer remuneração pelas apresentações.
Com vínculo formal de emprego, por meio da aprendizagem profissional, os alunos do curso Músico Intérprete Instrumentista recebem salário-mínimo hora, férias, 13º salário proporcional ao período da qualificação, vale-transporte, bem como têm resguardados outros direitos sociais – registro em carteira de trabalho, descanso semanal remunerado e recolhimentos previdenciários e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – este fixado em 2%. Ao final da formação, o aprendiz também recebe o certificado de qualificação profissional.
Redação: Impacto mais – Mirtes Ramos
Fonte e foto: Ministério Público do Trabalho em Mato Grosso do Sul