Pesquisa que embasa atuação do MPMS na prevenção de queimadas no Pantanal é destaque em publicação internacional
Trabalho de pesquisa desenvolvido a pedido do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, por meio do Núcleo Ambiental, visando à mitigação de incêndios na região do Pantanal, foi publicado na ScienceDirect, considerada uma das maiores bases de dados científicos do mundo. O estudo foi conduzido pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O artigo “Espécies de plantas sensíveis ao fogo e ameaçadas na bacia do Alto Paraguai: Identificação de áreas prioritárias para Manejo Integrado do fogo e restauração ecológica”, publicado na plataforma internacional, reúne mapas que indicam as áreas do Pantanal que mais necessitam de intervenções, como a realização do manejo integrado do fogo, restauração e presença de Brigadas de Incêndio.
Pesquisadores do Laboratório de Ecologia da Intervenção, da UFMS, e do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais, da UFRJ, iniciaram o trabalho após uma demanda do Promotor de Justiça Luciano Furtado Loubet, coordenador do Núcleo Ambiental do MPMS, com o objetivo de direcionar a atuação do órgão baseado em dados e em evidências científicas.
Manejo Integrado do Fogo – Este mapa foi criado para demonstrar as áreas onde há maior potencial de risco de incêndios, e que impactariam um maior número de espécies sensíveis ao fogo ou ameaçadas de extinção. Com isso, deverão ser consideradas prioritárias para realização do Manejo Integrado do Fogo, a fim de evitar grandes incêndios.
A prática foi instituída pela Política Nacional do Manejo Integrado do Fogo, e consiste em formas ecológicas de uso do fogo para evitar a propagação de incêndios florestais, melhorar a produção agrícola, controlar pragas e beneficiar biomas, como o Pantanal, adaptados ao fogo natural, produzido por raios em períodos chuvosos.
O estudo conclui que nas áreas apontadas como prioritárias – muitas delas de florestas – é necessária a construção de aceiros, evitando que queimem por dentro. Ao mesmo tempo, é recomendada a adoção da queima prescrita no entorno imediato das áreas de maior risco, de modo a diminuir a potencial biomassa que poderia gerar incêndios.
Restauração pós-fogo – Este mapa considera que o local onde houver maior dano por incêndios recentes, que impactariam o maior número de espécies sensíveis ao fogo e ameaçadas de extinção, será considerado prioritário para restauração. De forma geral, nas áreas prioritárias com alto potencial de resiliência, podem ser feitas estratégias de restauração passiva, enquanto as de baixo potencial de regeneração, estratégias de restauração ativas.
“Além de culminar nesta publicação internacional, disseminando esse conhecimento com pesquisadores do mundo todo, essas informações também foram compartilhadas com outros órgãos, como o Governo do Estado e o Governo Federal, podendo ter aplicação na elaboração de políticas públicas e tomadas de decisão pelos gestores públicos”, afirma a professora Letícia Couto Garcia, uma das orientadoras do estudo, desenvolvido no âmbito de uma tese de doutorado.
Como o MPMS atua – Munido destes dados, o Núcleo Ambiental do MPMS consegue direcionar a atuação e fiscalizar as políticas e medidas adotadas pelos entes responsáveis pela preservação dos biomas sul-mato-grossenses.
O trabalho é realizado de forma permanente, por meio do Programa Pantanal em Alerta, cujo objetivo é estabelecer as linhas de atuação do MPMS na prevenção e combate aos incêndios no Pantanal, com base nos dados disponíveis sobre as possíveis causas de incêndios já ocorridos, criação do sistema de alerta de risco de incêndios e atuação dos órgãos responsáveis na prevenção, fiscalização e responsabilização dos agentes causadores e atuação articulada entre os parceiros.
Acesse aqui a publicação na revista ScienceDirect
Redação: Impacto Mais – Mirtes Ramos
Fonte e arte: Arte: Assecom MPMS