21 de dezembro de 2024

Cidades tentam destravar R$ 111 milhões para regiões portuárias

Em Mato Grosso do Sul, os municípios que estão às margens do Rio Paraguai e conectados diretamente com a hidrovia vão entrar em 2025 com uma possibilidade de obter recursos para a realização de obras estacionadas em suas áreas portuárias avaliadas em cerca de R$ 111 milhões.

Corumbá e Ladário, por exemplo, não conseguiram tirar do papel projetos que criariam uma melhor infraestrutura em seus portos – e essa situação vem se arrastando há mais de uma década. Já em Porto Murtinho, que vive o boom da Rota Bioceânica, a cidade tenta melhorar a estrutura em cerca de 7 km de canais.

No total, esses três municípios têm na gaveta projetos avaliados em cerca de R$ 111 milhões, mas que não conseguiram avançar para a modernização da região portuária.

A janela que pode abrir espaço para que as prefeituras dessas cidades pantaneiras tentem garantir recursos milionários foi aberta ontem, em Brasília (DF), no Ministério de Portos e Aeroportos, com o lançamento de uma consulta pública para a primeira concessão da hidrovia do Rio Paraguai.

De 26/12/2024 a 23/2/2025, está aberto o período para envio de contribuições, subsídios e sugestões para a modelagem e os documentos da concessão. Por conta da proposta ampla do projeto, as prefeituras podem conseguir viabilizar recursos para reativar diferentes propostas que vão favorecer o atendimento na hidrovia.

Corumbá é a cidade com o maior projeto. A prefeitura da Cidade Branca chegou a tentar, em 2022, que R$ 87.561.306,91 fossem obtidos no governo federal, recursos esses oriundos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Houve naquela época a aprovação para que R$ 83.183.241,54 fossem liberados, mas em formato de empréstimo, valor que financiaria uma remodelação e requalificação portuária dentro de uma proposta de distrito turístico, projeto paralisado desde 2011. 

O trâmite passou para o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, mas as ações de 943,29 m² de construção – com área de convívio para pescadores, capela e estação de transbordo de carga – não avançaram. Mais uma vez, foi adormecida a possibilidade de mudança na infraestrutura portuária.

Em Ladário, a remodelação envolve a construção de um parque linear de 700 metros de extensão, com espaço para eventos culturais e área dedicada à atracação de embarcações, além de uma passarela sobre o rio e chafariz. O custo previsto da obra em 2022 era de R$ 19.989.315,01, mas as execuções das intervenções acabaram não ocorrendo desde então.

Para Porto Murtinho, as intervenções pretendidas são a canalização de áreas da cidade em cerca de 7 km de extensão, uma obra que pode ter um custo de R$ 8 milhões e que pode entrar na relação de propostas envolvidas para otimizar a Hidrovia Paraguai-Paraná.

OUTROS INVESTIMENTOS

As atenções voltadas para o Rio Paraguai, direcionadas pelo governo federal, podem gerar diversos investimentos para os próximos quatro anos.

É um marco na história da infraestrutura hidroviária brasileira. Estamos falando do maior projeto de infraestrutura em desenvolvimento regional na América do Sul, que é a hidrovia do Rio Paraguai”, defendeu o diretor-geral da Agência Nacional dos Transportes Aquaviários (Antaq), Eduardo Nery. 

Ele [o projeto] combina desenvolvimento sustentável e eficiência logística, oferecendo ganhos significativos para toda a cadeia produtora da região, além do desenvolvimento das empresas de navegação”, complementou.

A hidrovia em si consiste um trecho entre Corumbá e a Foz do Rio Apa, em Porto Murtinho, além do leito do Canal Tamengo, que faz a ligação entre Brasil e Bolívia via Corumbá. Esses trechos totalizam 600 km em extensão.

O atual prefeito de Porto Murtinho e que foi reeleito para o próximo mandato, Nelson Cintra Ribeiro, pontuou que há muitos holofotes para as cidades pantaneiras e que projetos de grande repercussão devem contribuir para viabilizar recursos.

Com a Rota Bioceânica – e nós estamos no portal da rota –, estamos trabalhando para organizar a cidade em várias frentes. A possibilidade de incluir obras ligadas ao Rio Paraguai envolve a gente canalizar trechos que hoje são um problema no município”, declarou.

Só nos próximos cinco anos, o governo federal estima um investimento inicial de R$ 63,8 milhões em obras ligadas ao Rio Paraguai que podem gerar repercussão para as cidades mencionadas. Por conta desse cenário, senadores como Nelsinho Trad (PSD) e Soraya Thronicke (Podemos) estão com atuações em diferentes frentes com os municípios.

Em Corumbá, Soraya esteve reunida com o prefeito eleito Dr. Gabriel (MDB) no início deste mês, a fim de discutir a possibilidade de viabilizar recursos para obras na região portuária da cidade.

Redação: Impacto Mais – Mirtes Ramos

Fonte: Correio do Estado

Foto: Rodolfo César

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