11 de outubro de 2024

Remédio para câncer de pulmão reduz 51% dos riscos de morte

O câncer de pulmão é uma das principais causas de morte no mundo, sendo responsável por quase 1,8 milhão de óbitos anuais, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Neste cenário, a validação de novos tratamentos, como o remédio osimertinibe, que reduz o risco de morte em 51% após a cirurgia de remoção do tumor, é fundamental para melhorar o prognóstico do quadro.

Desenvolvido pela farmacêutica AstraZeneca, o osimertinibe é embalado no formato de uma pílula, que deve ser ingerida diariamente. De uso bastante simples, o composto é uma boa estratégia para completar o tratamento do câncer de pulmão.

É o que indicam os resultados da Fase 3 do estudo clínico Adaura, ainda não publicado em uma revista científica. Os dados sobre o tratamento do câncer de pulmão foram anunciados no congresso anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco), que acontece nos Estados Unidos até terça-feira (6). No mesmo evento, já foi apresentado outro medicamento bastante promissor contra o câncer de mama.

O estudo sobre o uso do remédio contra o câncer de pulmão em estágio avançado foi liderado pela Universidade Yale, nos EUA. Para a pesquisa, foram recrutados cerca de 680 pacientes de 30 a 86 anos, em 26 países. Em comum, todos tinham uma mutação específica do gene EGFR, que é encontrado em cerca de um quarto dos casos globais de câncer de pulmão. Ela tende a ser mais comum em mulheres do que em homens e em pessoas que nunca fumaram.

Segundo os autores, o uso do medicamento diminuiu significativamente o risco de morte em pacientes com câncer de pulmão. “O osimertinibe demonstrou um benefício de sobrevida geral sem precedentes, altamente significativo clínica e estatisticamente nos pacientes”, afirmam os pesquisadores.

Já aprovado no Brasil, remédio para câncer de pulmão reduz em 51% o risco de morte (Imagem: Cobaltstock/Envato)

Passados cinco anos do tratamento, 88% dos pacientes que tomaram a pílula diária após a remoção do tumor sobreviveram. Em comparação, a porcentagem cai para 78% entre os pacientes tratados com um placebo (grupo controle). Em outras palavras, o risco de morte é 51% menor com a medicação.

“A sobrevida global tem sido historicamente considerada o ponto final [o máximo alcançável] de eficácia padrão-ouro para ensaios clínicos adjuvantes randomizados”, afirma Roy S. Herbst, vice-diretor do Yale Cancer Center e um dos autores do estudo, em nota. “Os resultados do estudo Adaura ampliarão o acesso ao tratamento para pacientes com câncer de pulmão”, completa.

Osimertinibe é aprovado no Brasil

Comercialmente conhecido como Tagrisso, o medicamento já está disponível em diferentes mercados, como EUA, Reino Unido e Brasil. Por aqui, a medicação foi autorizada para quadros bastante específicos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em junho do ano passado.

De forma geral, podem tomar o medicamento pacientes com câncer de pulmão de não pequenas células (Cpnpc) localmente avançado ou metastático, com teste genético positivo para a mutação genética. Também pode ser prescrito para pessoas que não responderam aos tratamentos convencionais.

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