Sistema bilionário cobre fronteiras de MS
Durante agenda em Campo Grande para lançamento de mais uma edição da Operação Ágata, militares do Exército Brasileiro apontaram que, o chamado Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON), de investimento bilionário, está completamente implantando em Mato Grosso do Sul e ainda visa expansão.
Chefe do Estado Maior da Operação Ágata Fronteira Oeste, o General de Divisão, Márcio Luis do Nascimento Abreu Pereira afirma que, após implantação total em MS, a fase 2 em andamento atualmente busca implantação desse sistema na fronteira com o “vizinho” Mato Grosso.
“Sisfron é um dos programas estratégicos do Exército Brasileiro… nós temos as infovias, ou seja, várias antenas instaladas ao longo de toda a fronteira aqui do MS. E, na realidade, esse sistema tem uma previsão de alargar toda a fronteira brasileira” expõe o General do EB.
Ainda conforme o militar, esse sistema atende não somente ao exército ou as forças armadas, já que diversas outras agências se beneficiam das informações, que fornecem uma chamada “consciência situacional” das regiões fronteiriças sul-mato-grossenses e nacionais.
“[O sistema] permite levar esse fluxo de dados na ponta da linha, em toda a parte da fronteira, além de se fazer um monitoramento melhor de toda a área”, complementa.
Entenda o Sisfron
Em 2009 o Ministério da Defesa recebeu 823 projetos (de curto, médio e longo prazo) com foco na segurança nacional, enviados pelo Comandante do Exército em questão, em obediência aos parâmetros do plano de Estratégia Nacional de Defesa elaborado pelo então presidente (Lula), entre os quais aparecia a ideia do Sisfron.
Inicialmente o Sistema começou a ser implantado pela região Amazônica, contendo os seguintes subsistemas:
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Logística | para manutenção e transporte para suprimento do sistema na totalidade
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Assessoramento | para tomada de decisão precisa em tempo hábil
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Tecnologia e comunicações | para integração entre informações
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Segurança da informação | para evitar vazamentos e
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Capacidade de recursos humanos | para continuidade na formação de novos operadores e ampliação do sistema
Como bem apontado pelo General Abreu, o Sisfron tem diversos módulos veiculares, rádios portáteis e estações fixas, que se integram à rede de internet e geram comunicação em tempo real.
Inclusive, o Sistema brilhou até mesmo aos olhos de uma Comitiva da Aditância da Índia, quando tenentes; coronéis e demais oficiais visitaram o Comando da 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada (4ª Bda C Mec), como aponta notícia do Comando Militar do Oeste à época.
Valores
Idealizado no Governo Lula, o programa teve recursos contingenciados desde o governo da presidente Dilma Rousseff até o fim do mandato de Michel Temer, sendo que aproximadamente 10% dos investimentos previstos tinham sido repassados no período de oito anos.
O Sisfron nasceu prevendo recursos anuais que deveriam girar em torno de R$ 1,2 bilhão, totalizando investimentos na ordem de R$ 12 bilhões durante uma década.
Em 2017, pórém, já eram observados cortes de verbas, voltadas à segurança nacional, sendo que só o Sisfron vislumbrou redução de R$ 196 milhões em seu orçamento, enquanto o Exército Brasileiro à época (que recebia repasses anuais de R$ 2 bilhões) recebeu R$ 767 milhões naquele ano.
“[Hoje] o sistema está implementado e tem nos ajudado muito nessa comunicação, para podermos exercer essa função de combate aos crimes transfronteiriços e ambientais em qualquer operação que se faça necessário”, conclui o General Chefe do Estado Maior da Operação.
Redação: Impacto Mais – Mirtes Ramos
Fonte: Correio do Estado
Foto: Marcelo Victor