Setembro Amarelo do MPMS aborda estratégias de acolhimento e empatia com o próximo
Em um momento de encontro e trocas, integrantes do quadro do Ministério Público de Mato Grosso do Sul participaram, nesta quarta-feira (11), do evento “Setembro Amarelo – Viver é a Melhor Escolha”, promovido pela Escola Superior do Ministério Público (ESMP-MS), pelo Núcleo de Apoio Especial à Saúde (NAES) e pelo Grupo de Atuação Especial dos Promotores de Justiça do Tribunal do Júri (NOJÚRI).
“Os números alarmantes”, considera a Promotora de Justiça e Coordenadora do NAES, Daniela Guiotti, demonstram a necessidade de falar abertamente sobre o suicídio. Em 2023, 16.262 pessoas cometeram suicídio no Brasil, 342 delas em Mato Grosso do Sul, segundo o Ministério da Saúde. Destas, 70% são jovens entre 15 e 29 anos. No mesmo período, foram 11.502 internações por autolesões registradas no país, conforme a Fiocruz. “O propósito deste evento é promover entre os colegas um olhar de carinho, atenção e empatia com aqueles que enfrentam a depressão ou doenças relacionadas, e que possamos ser disseminadores dessa mensagem para toda a sociedade”, disse.
E a primeira mensagem foi a do voluntário Nildo Nunes, do Grupo Amor Vida, um dos canais gratuitos disponibilizados àqueles que buscam por ajuda, ou apenas passam pela necessidade de desabafar sobre as dores e emoções. A iniciativa reúne voluntários que, diariamente, ficam a postos para atender ligações de todo o país (saiba como ligar abaixo). Até agosto deste ano, foram 5.341 ligações recebidas e vidas, possivelmente, preservadas.
A fala da jornalista Marília Adrien de Castro trouxe luz para as questões que envolvem o suicídio. Quando tinha 64 anos, ela perdeu a filha Daniella, de 47. Em meio ao luto, Marília transferiu a dor para o papel, que meses depois resultou no livro “O olhar da Daniella”. A palestra apresentada aos integrantes do MPMS abordou os sinais de que uma pessoa está prestes a desistir de viver.
Infância e adolescência – A psiquiatra Ana Paula Martins dos Santos trouxe uma visão técnica sobre os alertas e fatores de risco para um comportamento suicida, desde a primeira infância. Redes sociais, ambientes violentos, excesso de telas, entre outros, foram os elementos elencados aos quais as crianças são expostas e que podem contribuir para deixá-las vulneráveis. A médica abordou as estratégias para identificar e lidar com esses comportamentos de risco.
O evento contou, ainda, com a presença da Promotora de Justiça e Coordenadora Adjunta do NOJÚRI, Lívia Carla Guadanhim Bariani; do Procurador de Justiça e Coordenador do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Constitucionais do Cidadão, Direitos Humanos e Pessoas com Deficiência, Francisco Neves Junior; do Promotor de Justiça e Conselheiro Administrativo-Consultivo da ESMP-MS, George Zarour Cezar; e da Promotora de Justiça Daniella Costa da Silva, que representou a Associação Sul-Mato-Grossense dos Membros do Ministério Público (ASMMP).
Busque ajuda – Durante todo o mês de setembro, o MPMS utiliza as redes sociais para conscientizar os cidadãos sobre a importância da saúde mental e de buscar ajuda. Você pode acessar os principais canais de apoio e de prevenção ao suicídio clicando aqui.
Redação: Impacto Mais – Mirtes Ramos
Fonte: Assecom MPMS
Foto: Taís Wölfert
