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Jaime Valler: de comprador de boi a dono de jornal, empresário polivalente emprega mais de 600 trabalhadores no Estado

Uma das vozes mais respeitadas no mundo empresarial sul-mato-grossense, Jaime Valler é mais conhecido por sua condição como diretor-executivo do jornal “O Estado de Mato Grosso do Sul”, mesmo sua atuação indo muito além das atividades jornalísticas desenvolvidas na Rua 14 de Julho.

O empresário chegou em Mato Grosso do Sul em 25 de setembro de 1989 com o objetivo específico de desenvolver atividades na área da pecuária, mas acabou se tornando um dos mais importantes empreendedores do Estado, com atuação na área industrial, comercial e de comunicação. Na manhã desta segunda-feira, 5, Jaime Valler visitou a sede do Grupo Impacto Mais de Comunicação, onde foi recebido e entrevistado pelo radialista e jornalista Eli Sousa, no programa “Bronca do Eli”.

DA COMPRA DE BOI AO JORNALISMO – Com propriedades rurais estabelecidas no Estado, logo que chegou a Campo Grande, Jaime Valler montou um escritório de compra e venda de gado e saiu MS afora comprando e vendendo boi. “Fazendo picaretagem, como se diz no meio”, Valler se deparou com fazendeiros que jogavam o couro do boi no lixou ou “dava pro cachorro comer”. 

‘Lá no Paraná a gente brigava pelo couro’.

Foi então que montou um curtume na saída para Sidrolândia.

Do mesmo modo ocorreu com o aproveitamento do osso da desossa que era jogado fora no Estado.

Valler passou a agregar valor ao produto, por meio da montagem de uma “graxaria” que consiste na atividade de coleta e reciclagem dos restos de animais gerados pelos abatedouros, açougues e frigoríficos, especialmente de animais como bois e aves.

Após quase 35 anos anos vivendo na Capital e, depois uma experiência como sócio do extinto jornal “Diário do Pantanal”, pode-se afirmar que Valler se integrou definitivamente ao mundo da comunicação desde que brindou Campo Grande com um jornal diário dotado da mais moderna infraestrutura, funcionando em prédio próprio e se tornando, inclusive, prestador de serviços terceirizados.

No começo foi tudo muito difícil.

Primeiro, a escolha do nome acabou encontrando problemas com a Família Lahdo que era detentora da marca “O Estado de Mato Grosso do Sul”.

Para dar continuidade no projeto, Valler teve que adquirir o nome de Bernardo Elias Lahdo, mesmo ainda não acreditando que o empreendimento se consolidaria e tornaria “O Estado” um jornal de grande credibilidade tanto junto ao mundo empresarial quanto à sociedade como um todo.

ESTADO AGROPECUÁRIO… – Valler é do entendimento de que Mato Grosso do Sul mantém quase que intacta sua vocação histórica de ser um estado com a economia calcada quase que exclusivamente na agropecuária.

Para ele, já passou da hora de MS sofrer um bom choque de industrialização, mas daqueles que beneficiem as suas várias regiões e não que se concentre em meia dúzia de municípios.

Ele cita a localização estratégica de Mato Grosso do Sul que faz divisa com cinco estados brasileiros – São Paulo, Paraná, Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais – e fronteira com dois países – Paraguai e Bolívia. “No plano interno, dois seis estados citados, somos o menos desenvolvido, o menos industrializado” diz.

O empresário não economiza elogios ao governador Eduardo Riedel a quem considera um técnico dos mais capazes. “Ele vem com uma nova mentalidade e as coisas vão se ajeitando” afirma.

Mas, também não se esquece de reconhecer o papel importante que teve Reinaldo Azambuja nos oito anos em que esteve à frente do Governo. “Foi um grande governador. Deixou a casa arrumadinha” frisa.

… MAS, VIÁVEL – Jaime Valler cruza o Mato Grosso do Sul com destino ao Paraguai desde os idos da década de 1970, quando já tinha fazenda no Paraguai. Naquela época, segundo ele, era só pasto nativo, pecuária exclusivamente extensiva.

“Hoje não. Hoje, além da pecuária de ponta, temos a soja e o milho; temos a cana, temos o eucalipto. Mato Grosso do Sul é um Estado altamente viável” diz.

Com propriedades no Pantanal, Valler é do ponto de vista que o Pantanal continua sendo um tema muito especial e que precisa ser analisado com muito cuidado, e carinho. Embora atue há vários anos na atividade pastoril na região pantaneira, ele diz que não vê possibilidade de se estender à planície pantaneira as técnicas utilizadas no planalto. “Embora esteja há anos lá, não conheço o Pantanal em sua essência” admite.

NEGÓCIO COM A CHINA – Voltando ao jornal “O Estado”, que muita gente vê como sendo um hobby do empresário polivalente que emprega mais de 600 chefes de família em suas empresas, Valler conta que fechou uma parceira com uma agência de notícias da China, o que resultou numa verdadeira sacudida no diário campo-grandense.

“A gente fez essa parceria e usa muito as informações da agência. Os chineses, em contrapartida, fazem a distribuição do ‘Estado’ em 134 países” relatou Valler que recentemente esteve no Recife (PE) participando da chegada do Ano Novo Chinês com membros da comunidade e pode sentir que estão muito satisfeitos com a parceria.

Durante o bate-papo com Eli Sousa, transmitido ao vivo do estúdio da Rádio Diamante FM e retransmitido em cadeia pelas demais emissoras de rádio do Grupo Impacto de Comunicação, Jaime Valler abordou diversos outros temas relacionados ao mundo do jornalismo e empresarial sul-mato-grossense. Você pode conferir a íntegra do programa “Bronca do Eli” desta segunda-feira, 5, acessando o link:

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