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Ex-deputado David Miranda morre aos 37 anos no Rio de Janeiro

Foto: Michel Jesus/ Câmara dos Deputados

CNN – São Paulo

O ex-deputado federal David Miranda morreu, na manhã desta terça-feira (9), aos 37 anos. Ele estava internado há nove meses na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital no Rio de Janeiro por uma infecção generalizada no sistema gastrointestinal.

A notícia foi informada por seu marido, o jornalista Glenn Greenwald, pelas redes sociais.

“É com a mais profunda tristeza que comunico o falecimento do meu esposo, David Miranda. Ele faria 38 anos amanhã. Sua morte, esta manhã, ocorreu após uma batalha de 9 meses na UTI. Ele morreu em plena paz, cercado por nossos filhos, familiares e amigos”, escreveu Glenn, no Twitter.

“A vida de David foi extraordinária em todos os aspectos. Sua mãe morreu quando ele tinha 5 anos, deixando-o órfão no Jacarezinho. Mas uma vizinha linda e compassiva, Dona Eliane, o acolheu apesar de ter 4 filhos e da profunda pobreza, tornou-se sua mãe, deu-lhe uma chance de vida”, acrescentou o jornalista.

Glenn continuou: “Isso deu a David a chance de viver todo o seu potencial em uma sociedade que muitas vezes o sufoca. Ele foi essencial para a história de Snowden, tornou-se o primeiro homem gay eleito para a Câmara Municipal do Rio, depois para o Congresso Nacional aos 32 anos. Ele inspirou muitos com sua biografia, paixão e força de vida.”

Ele contou como David tinha orgulho de ter sido nomeado pela revista Time um dos “líderes da próxima geração” e que sempre enfrentou “muitas suposições feitas pora queles que não o conheciam” por conta de como cresceu.

“De longe, o maior sonho de David, o que lhe dava maior orgulho e propósito, era ser pai. Ele era o pai mais dedicado e amoroso. Ele me ensinou a ser pai. E nossos meninos verdadeiramente excepcionais – com seu próprio começo de vida difícil – é seu maior legado”, completou Glenn.

O jornalista escreveu que, quando David deu entrada no hospital, no dia 6 de agosto do ano passado, ele foi informado que havia poucas chances de sobreviver até o final daquela semana.

“Eu ouvi o mesmo três vezes desde então. Ele recusou, no estilo clássico de David. Os últimos quatro meses proporcionaram à nossa família os mais belos momentos juntos”, relembrou.

“David era singular: o homem mais forte, apaixonado e compassivo que já conheci. Ninguém tinha uma palavra ruim para ele. Não consigo descrever a perda e a dor. Farei o possível para honrar seu legado: nossas crianças e nossas ONGs. E eu sei que muitos irão celebrar a ele e a seu impacto”, concluiu Glenn.

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