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Governo manobra, muda aliado de bloco, e pode ganhar mais uma vaga na CPMI dos Ataques Golpistas

Randolfe mudou do Bloco Democracia, que contava com o PSDB, Podemos, MDB, União e PDT, e agora integra o Bloco Resistência Democrática, que inclui o PT, PSB e PSD

Randolfe Rodrigues durante sessão missão nesta quarta-feira Agência Senado

Gabriel Sabóia

O Globo

Brasília – Líder do governo no Congresso, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) manobrou para garantir à base do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mais uma cadeira reservada ao Senado na CPMI dos Ataques Golpistas e evitar que o posto coubesse a um opositor. Para isso, Randolfe retirou o seu partido do Bloco Democracia, que contava com o PSDB, Podemos, MDB, União e PDT, e passou para o Bloco Resistência Democrática, que inclui o PT, PSB e PSD.

A manobra não repercutiu bem entre os opositores do governo. Ao GLOBO, Randolfe confirmou que a mudança de bloco no Senado teve o objetivo de fortalecer o governo na CPMI dos Ataques Golpistas. Antes da saída de Randolfe do bloco, o governo temia que as cadeiras reservada ao antigo bloco do senador fossem absorvidas por nomes de oposição e de centro.

Com a nova composição partidária, tanto o Bloco Democracia quanto o Resistência Democrática garantem, cada um, seis vagas na CPI dos atos do dia 8 de janeiro. Esse dois grupos compõe a base do governo no Senado. Os demais partidos terão direito, somados, a quatro cadeiras: duas delas ficarão com o blocos Aliança (PP e Republicanos) e outras duas com o Vanguarda (PL e Novo).

Com apoio do governo e da oposição, o Congresso deu o pontapé inicial à Comissão Parlamentar de Inquérito Mista (CPMI) dos Ataques Golpistas. O presidente da Casa, o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), fez a leitura do requerimento que cria o colegiado na sessão desta quarta-feira (26), após o governo mudar de postura e passar a apoiar a investigação.

Antes de iniciar a sessão, Pacheco disse que seria possível iniciar os trabalhos na próxima semana e que seria necessário “pacificar” e “conter o tumulto”. Agora, para ser instalada, os líderes de cada partido devem indicar quais deputados e senadores vão participar do colegiado. Na primeira sessão é quando o presidente e o relator serão nomeados. Ainda não há data definida para isso acontecer.

O colegiado deve ser palco de debates acaloradas reproduzindo a polarização das urnas entre bolsonaristas e a esquerda. O objetivo do colegiado é esclarecer quem foram os responsáveis pelos atos de 8 de janeiro, quando golpistas invadiram e depredaram os prédios da Praça dos Três Poderes em Brasília.

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