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Sebrae orienta pequenos negócios na obtenção de crédito

Businessman, financial auditor and secretary doing balance calculation report The Revenue Department checks the documents. Audit concept

Nos últimos três meses, 48% dos donos de pequenos negócios não conseguiram obter crédito em Mato Grosso do Sul. Confira dicas do Sebrae.

Dar um passo mais alto às vezes é necessário para que o negócio cresça e se estabeleça no mercado. Ter essa atitude foi o diferencial para o casal de empreendedores Ronildo Augusto Patussi e Roberta Rezende Pereira, de Coxim, a 250 quilômetros de Campo Grande. Eles administram o empreendimento “+Q delícia bolos e chipas”, uma loja que, em feiras livres no município, também comercializa pastel frito na hora. Com o apoio do Sebrae/MS, os proprietários conseguiram obter crédito junto à instituição financeira e, com os recursos, investiram em equipamentos que trouxeram melhorias para o estabelecimento.

“Minha esposa Roberta Rezende Pereira, que é MEI [microempreendedora individual], procurou um consultor do Sebrae para se informar sobre uma linha de crédito e conseguir investir na loja de chipas que temos em Coxim. O atendimento com o consultor Sebrae foi fundamental para adquirir o crédito. Usamos o Fampe [Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas] para investir em carretinha, fritadeira elétrica, forno elétrico e mesa de inox para melhor desempenho da atividade. O crédito ajudou a ampliar o negócio, no qual estamos prosperando”, comemora Patussi.

Assim como para o casal de empreendedores, o acesso a crédito pode fazer a diferença e é uma das principais demandas dos pequenos empresários. Conforme a segunda edição da pesquisa Pulso dos Pequenos Negócios, realizada pelo Sebrae em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada em março deste ano, em Mato Grosso do Sul, nos últimos três meses, 27% dos empresários buscaram algum empréstimo bancário e, deste número, 48% não conseguiu obtê-lo.

Alguns dos motivos que fazem os empresários solicitarem crédito são para uso em capital de giro, um dinheiro necessário para financiar as operações diárias, como pagar fornecedores, funcionários e outras despesas; para a expansão do negócio, como abrir uma loja ou contratar mais funcionários; investimentos em equipamentos ou tecnologia, visando aumentar a produtividade ou melhorar a qualidade dos produtos ou serviços; e também para cobrir emergências, já que imprevistos podem acontecer.

Porém, ao chegar à instituição financeira, nem sempre este pequeno empreendedor está preparado. “Cada instituição tem sua metodologia de avaliação na hora de analisar e conceder financiamento ou empréstimos. No entanto, existem fatores que mais motivam o indeferimento na hora de buscar crédito”, comenta o consultor do Sebrae/MS, Hudson Garcia. Segundo ele, estes motivos podem estar ligados diretamente aos empresários, ou até mesmo a uma situação econômica vigente.

“Um histórico de crédito ruim com inadimplência ou falta de pagamento de empréstimos anteriores pode ser um grande obstáculo. As instituições também avaliam a capacidade de pagamento do empresário com base na renda, fluxo de caixa e outros fatores financeiros do negócio. Se essa capacidade for baixa, o pedido pode ser rejeitado. Outro motivo é a ausência de apresentação de garantias, já que, dependendo das linhas disponíveis, as instituições podem pedir garantias reais para minimizar o risco de inadimplência. Os empresários que não possuem todos os documentos necessários para comprovar a situação financeira do negócio também podem ter pedidos negados. E, em tempos de crise econômica, os bancos podem se tornar mais cautelosos e limitar a oferta de crédito e empréstimos”, analisa Garcia.

Conta bancária “pessoa física” é um dos entraves

O microempreendedor individual (MEI), porte de empresa onde o faturamento anual é de até R$ 81 mil por ano, é a porta de entrada para muitos que querem empreender. Contudo, nem sempre a formalização como MEI vem acompanhada de uma visão mais estratégica do negócio. Geralmente, estes pequenos empreendedores, que são maioria entre os pequenos negócios, são os que mais têm dificuldades em obter crédito, e isso pode estar diretamente relacionado a uma falta de gestão.

A segunda edição da pesquisa Hábitos de Uso de Produtos Financeiros, divulgada pelo Sebrae em fevereiro deste ano, aponta que, em todo o país, entre os microempreendedores individuais, 60% têm apenas conta bancária “pessoa física”. Quando é analisado o perfil do MEI em Mato Grosso do Sul, 42% possuem apenas este tipo de conta. Essa situação configura um entrave quando o empresário vai solicitar empréstimo na instituição financeira, uma vez que a conta bancária “pessoa jurídica”, ou seja, empresarial, é necessária.

“O fluxo financeiro na conta corrente da empresa é importante porque indica a capacidade da empresa de gerar receita e cumprir com as suas obrigações financeiras, como o pagamento de empréstimos e financiamentos. Se o MEI não usa a conta corrente da empresa, não tem como a instituição financeira saber se ele tem faturamento ou se tem um fluxo financeiro positivo, o banco pode considerar o risco muito alto emprestar dinheiro para ele e, negar o pedido de crédito”, explica o consultor do Sebrae/MS, Hudson Garcia.

Por isso, não importa o tamanho da empresa, é importante que os empresários acompanhem de perto o fluxo financeiro. O consultor do Sebrae também recomenda que os empreendedores tenham uma reserva financeira, o que pode contribuir na hora de solicitar um empréstimo. “É recomendável que o MEI tenha reservas financeiras, para se proteger de imprevistos e garantir um fluxo financeiro saudável. Tudo isso pode aumentar as chances da empresa de conseguir crédito quando precisar”, complementa Garcia.

Apoio do Sebrae

O Sebrae/MS orienta os interessados na tomada de decisão quanto a empréstimos, por meio de consultorias. Outras soluções como Plano de Negócios, Ferramentas de Gestão Financeira e Estudos de Viabilidade estão disponíveis aos empresários, além de informações sobre as melhores linhas de crédito que se encaixam de acordo com a necessidade do empreendedor.

“De forma geral, com o aumento progressivo nos custos do empresário e suas estratégias de absorção parcial dessas despesas com o intuito de manter seus clientes, muitas vezes, a saída tem sido a busca por empréstimos. Isso pode se tornar um grande problema ao longo do tempo, por isso, o Sebrae orienta desde o começo em como este empresário pode obter o crédito e, principalmente, para que faça uma boa gestão do recurso, se atentando à saúde financeira do negócio”, afirma o diretor de operações do Sebrae/MS, Tito Estanqueiro.

Mais informações aos empreendedores pela Central de Relacionamento do Sebrae, no número 0800 570 0800, ou pelo portal oficial: ms.sebrae.com.br.

** Com informações da Assessoria

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