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Como investir com o atual cenário de juros no Brasil?

Nas últimas seis reuniões do COPOM, a taxa Selic foi mantida a 13,75%, agora, o cenário pode começar a mudar

A taxa Selic é o parâmetro de juros praticados no Brasil; ela é definida pelo BC (Banco Central), mais especificamente pelo COPOM (Comitê de Políticas Monetárias), que a cada 45 dias delimita o indicador para o país. Nas últimas seis reuniões do comitê, a taxa permaneceu em 13,75%, seu patamar mais elevado desde 2017.

Atualmente, governo e BC travam uma briga ferrenha pela diminuição da Selic no Brasil. De um lado, o presidente Lula e sua equipe reiteram que com juros mais baixos, a cessão de crédito aos brasileiros seria mais fácil; do outro, Roberto Campos Neto e o time de economistas da maior instituição financeira do país mantém a dosagem do remédio de controle da inflação – juros altos controlam um cenário inflacionário elevado.

No entanto, os números do último IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), principal indicador da inflação no Brasil, vieram mais baixos do que o esperado, indicando um aumento de apenas 0,71%, dando indícios de que uma possível diminuição da Selic poderá estar mais próxima.

No meio desse cenário econômico estão os investidores, que aguardam o desenrolar de elevações e diminuições para traçar estratégias de investimentos. Com a Selic em patamares altos, investimentos de renda fixa tendem a ser mais atraentes para o investidor, com a queda da taxa de juros, a renda variável pode se tornar interessante.

Porém, para Daniel Abrahão, especialista em mercados financeiros e assessor na iHUB Investimentos, outro fator deve ser considerado. “Com Selic a 2% ou Selic a 30%, o melhor investimento deverá ser realizado conforme o perfil de risco do investidor e horizonte de tempo para os investimentos. Com essas prioridades sanadas abre-se um leque de possibilidades”, comenta.

Apenas a renda fixa é indicada no atual cenário?

Não necessariamente, o principal guia para os investimentos deve ser o perfil de risco do investidor e o horizonte de previsão. Com isso em mente, a possibilidade da renda variável, admitindo um horizonte com um prazo maior e um perfil de risco adequado, torna-se uma alternativa de diversificação, adotando a estratégia de comprar barato, em um ambiente de contra-senso e contra fluxo de investimentos.

“Em um cenário de altos juros, ações de setores específicos podem se beneficiar, dependendo da taxa de juros futuros. Dentre os setores, as seguradoras podem ser um caminho de investimento. O caixa dessas empresas costuma ficar com melhores taxas de rentabilidade, setor financeiro – bancos também podem ser uma opção, mas é necessário se atentar à questão da inadimplência”, diz o assessor de investimentos.

Outro caminho para investimentos em renda variável podem ser os Fundos Imobiliários. Vantajosos em muitos cenários; tanto pela diversidade de classes a disposição do investidor, como pelo apetite ao risco que o mesmo esteja disposto a tomar. Em suma, em um ambiente de juros altos, os FII’s tendem a ficar negativos, porém, abre-se novamente a possibilidade de comprar na baixa.

Mas o que investir na renda fixa?

Existem três possibilidades atrativas na renda fixa com o cenário de alta na Selic: IPCA+; CDI e Pré-fixado. Nesses casos, a diversificação deve sempre ser levada em consideração:

IPCA+: se o horizonte de investimentos for de longo prazo, abre-se a possibilidade de contratar taxas fortes, como IPCA+7%.

Pelo menos 100% do CDI: se o patamar da Selic nas projeções não estiver no auge, ou até uma necessidade de investimentos de curto prazo.

Pré-Fixado: se a projeção for de queda da Selic e o horizonte de investimento for de médio longo prazo

No caso de papéis atrelados ao CDI, nominalmente, eles podem render menos, já pré-fixados tendem a serem favorecidos

“É necessário reforçar que depende do perfil de risco e horizonte de investimentos. Investir não é algo igual para todos. Muitos fatores devem ser levados em consideração, principalmente das dores e necessidades do investidor. O investimento deve ser tratado de forma individual o que requer na maioria dos casos acompanhamento de um assessor de investimentos ou especialista na área”, finaliza Abrahão.

** Com informações da Assessoria

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