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IPCA-15: prévia da inflação fica em 0,57% em abril, ainda pressionada pela gasolina

Indicador acumulado em 12 meses desacelerou para 4,16%, resultado que entra no intervalo da meta de inflação. Em abril de 2022, o IPCA-15 foi de 1,73%.

Foto: Jorge Júnior/Rede Amazônica

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) — considerado a prévia da inflação oficial do país — ficou em 0,57% em abril, informou nesta quarta-feira (26) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O índice desacelerou na comparação com março, quando ficou em 0,69%. Em abril de 2022, o IPCA-15 foi de 1,73%.

Com os resultados, o IPCA-15 acumulou 4,16% na janela de 12 meses. Trata-se também uma redução em relação aos 5,36% anotados no mês passado.

Em abril, o resultado anual entrou no intervalo das metas de inflação do país. A meta é de 3,25%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. O índice é um dos parâmetros usado pelo Banco Central (BC) para definir a Selic, a taxa básica de juros do país.

Mas a expectativa de economistas é de uma retomada da inflação no segundo semestre. Segundo o boletim Focus desta semana, a estimativa de inflação em 2023 está em 6,04%, acima do teto da meta.

Todos os nove grupos pesquisados pelo IBGE tiveram alta no mês, com maior variação vinda do grupo de Transportes (1,44%). O resultado ainda é consequência do aumento nos preços da gasolina (3,47%), depois da reoneração dos impostos federais em cima do combustível que vem desde março.

Veja abaixo a variação dos grupos em abril

Alimentação e bebidas: 0,04%

Habitação: 0,48%

Artigos de residência: 0,07%

Vestuário: 0,39%

Transportes: 1,44%

Saúde e cuidados pessoais: 1,04%

Despesas pessoais: 0,28%

Educação: 0,11%

Comunicação: 0,06%

Reoneração de combustíveis

A gasolina continua em destaque nos resultados de inflação em função da reoneração dos combustíveis determinada pelo governo federal no fim de fevereiro. Os impostos federais haviam sido retirados da cobrança pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para derrubar a inflação em ano eleitoral.

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a renovar a desoneração por dois meses no início do mandato, mas reinseriu parcialmente os impostos a partir do dia 1º de março. Desde então, a gasolina passou a ter incidência de R$ 0,47 por litro. O etanol foi reonerado em R$ 0,02 por litro.

Em abril, a alta foi de 3,47%. Houve, portanto, desaceleração na comparação com março, em que o aumento do combustível foi de 5,76%. Ainda assim, foi o subitem com o maior impacto individual no IPCA-15 de abril (0,17 p.p.).

O etanol também colheu alta com a reoneração e subiu 1,10% no mês, em cima de uma outra alta de 1,96% em março. O grupo combustíveis subiu 2,84% em abril porque contou com quedas do diesel (-2,73%), que continua com a desoneração federal vigente, e do gás veicular (-2,17%).

Houve surpresa entre as passagens aéreas: alta de 11,96%, vinda de queda em março de 5,32%.

Desaceleração em curso

Segundo o IBGE, a desaceleração do índice neste mês está ligada à redução de preços em três grupos: Alimentação e bebidas (que sai de 0,20% em março para 0,04% em abril), Comunicação (de 0,75% para 0,06%) e Habitação (de 0,81% para 0,48%).

Em Alimentação e bebidas, o destaque foi a alimentação em domicílio, que teve queda de 0,15%, junto com alguns grupos de alimentos. O principal foi a batata inglesa, que recuou 7,31% no mês. A alimentação fora de casa também desacelerou de 0,68% em março para 0,55% em abril.

Entre os choques que evitaram um resultado ainda melhor, o grupo de Saúde e cuidados pessoais (1,04%) teve pressão dos produtos farmacêuticos (1,86%), após a autorização do reajuste de até 5,60% no preço dos medicamentos, a partir de 31 de março.

“Os itens de higiene pessoal tiveram desaceleração de 2,36% em março para 0,35% no IPCA-15 de abril, influenciados, principalmente, pelos perfumes (-1,99%). Além disso, o item plano de saúde (1,20%) segue incorporando as frações mensais dos reajustes dos planos novos e antigos para o ciclo de 2022 a 2023”, diz o IBGE.

Por fim, o grupo Habitação (0,48%) ainda sofre pressões da energia elétrica residencial, que teve alta de 0,84% em abril, e também do aluguel residencial (0,53%), que havia registrado alta de 0,15% em março.

** Com informações do G1

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